Charles III chegou a Sidney após cerca de 20 horas de viagemBrook Mitchell/AFP

O rei Charles III desembarcou nesta sexta-feira (18) na Austrália, no início da primeira longa viagem do monarca britânico desde que foi diagnosticado com câncer, há oito meses. O país da Oceania possui um forte movimento anti-monaquia.
Depois de uma cansativa viagem de mais de 20 horas, o monarca de 75 anos e a sua esposa, a rainha Camilla, chegaram a Sydney, a cidade mais populosa da Austrália, onde foram recebidos por dignitários locais e crianças com ramos de flores.
Charles III inicia assim uma viagem de nove dias pela Austrália, onde o movimento contra a realeza cresce em um país que tem o rei britânico como chefe de Estado, e pela Samoa. A sua viagem, há muito tempo planejada, visa reforçar a monarquia entre o público australiano.
"Eu tinha esquecido que eles viriam", disse Trevor Reeves, de 73 anos, resumindo o clima geral em Sydney.
A viagem também é importante para o rei Charles, que foi forçado a reduzir seus compromissos públicos enquanto se submetia a um tratamento contra o câncer.
A visita à Austrália será sem dúvida rodeada de pompas, cerimônias e muita cobertura midiática. Haverá grandes eventos, incluindo um em frente à ópera e um churrasco comunitário.
Com seis dias na Austrália e outros cinco em Samoa, esta é a segunda viagem do soberano ao exterior desde o anúncio do seu câncer, depois de ter comparecido, em junho, às comemorações do Desembarque na Normandia, na França, que marcaram o início do fim da Segunda Guerra Mundial.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, não esconde o desejo de um dia romper os laços com a monarquia. Após a morte da rainha Elizabeth, seu governo substituiu o rosto da monarca na nota de 5 dólares do país por uma razão indígena.
Uma pesquisa recente mostrou que cerca de um terço dos australianos quer romper com a monarquia, um terço a manteria e um terço está indeciso.
A viagem também ocorre em meio a pedidos de reparação pela escravidão por parte de líderes de países caribenhos membros da Commonwealth, em sua maioria ex-colônias britânicas.
O soberano participará da reunião de chefes de Governo dos 56 países da Commonwealth em Samoa, nos dias 25 e 26 de outubro, sendo a primeira cúpula em que participa como rei.