Líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e presidente da Rússia, Vladimir PutinAFP

Os deputados russos ratificaram nesta quinta-feira (24), por unanimidade, um tratado de defesa mútua com a Coreia do Norte, em meio a acusações ocidentais de que Pyongyang envia milhares de soldados à Rússia.
O Tratado de Associação Estratégica Integral entre os dois países foi assinado em 19 de junho, durante uma visita do presidente russo Vladimir Putin à capital norte-coreana.
O texto foi aprovado por 397 deputados da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo, e será enviado ao Conselho da Federação - a Câmara Alta - para votação, antes do envio ao presidente Putin para sua promulgação.
O artigo 4 do tratado prevê assistência militar imediata em caso de agressão armada por parte de terceiros países.
O Exército ucraniano controla centenas de quilômetros quadrados de território russo desde o início de sua ofensiva surpresa na região de Kursk. Ao mesmo tempo, as tropas russas prosseguem com o avanço no leste da Ucrânia.
Segundo o tratado, "se uma das partes sofrer um ataque armado da parte de um Estado ou grupo de Estados e se encontrar em um estado de guerra, a outra parte prestará imediatamente assistência militar ou de outro tipo, de acordo com os meios à sua disposição".
A Coreia do Norte nega ter enviado soldados à Rússia para a ofensiva na Ucrânia. Um representante de Pyongyang chamou a afirmação de "rumor sem fundamento".
Moscou também não confirmou a presença de soldados norte-coreanos em seu território. Porém, segundo o governo dos Estados Unidos, "entre o início e meados de outubro, a Coreia do Norte enviou pelo menos 3.000 soldados" ao leste da Rússia, o que confirma informações divulgadas pela Coreia do Sul.
A inteligência sul-coreana afirmou na semana passada que a Coreia do Norte enviou até 12.000 soldados para apoiar a Rússia.