Donald Trump e Kamala Harris, durante o debate realizado no último dia 10 de setembroAFP
Depois de visitar o Texas na sexta-feira (25), Kamala e Trump realizarão atos de campanha neste sábado (26) em Michigan, um dos estados cruciais para vencer o pleito de 5 de novembro.
As pesquisas mostram um empate nos últimos dias entre a que poderia ser a primeira presidente mulher dos Estados Unidos e o ex-mandatário. Cerca de 38 milhões de eleitores já votaram antecipadamente em todo o país.
A campanha democrata tem concentrado parte de sua estratégia em conquistar os republicanos moderados, que se distanciam de um Trump cada vez mais agressivo, que continua classificando alguns cidadão americanos como "inimigos".
Quatro anos depois, o ex-presidente ainda se recusa a reconhecer sua derrota para Biden nas urnas e se acredita que ele rejeitará os resultados se perder de novo, o que desperta temores de caos depois da votação.
Para o republicano A.D. Jefferson, um operário de 62 anos que esteve em um comício de Kamala em Houston, a agitação de Trump é excessiva. "Simplesmente penso que ela é menos controversa", comentou à AFP. "Sou republicano, mas sinto que, para mim, Trump é caótico demais", opinou.
A cartada Michelle Obama
Seu cônjuge, o ex-presidente Barack Obama, esteve ao lado de Kamala em um comício na quinta-feira (24) na Geórgia.
A vice-presidente viajará no domingo à Filadélfia, em Pensilvânia, a maior cidade do maior estado-pêndulo (sem tendência política definida) que provavelmente determinará o resultado das eleições presidenciais, dentro do sistema indireto de colégio eleitoral nos Estados Unidos.
Kamala passará de bairro em bairro na Filadélfia para conquistar o voto em distritos que historicamente têm uma maioria negra e latina.
Trump, que triunfou em Pensilvânia, Michigan e Wisconsin em sua vitória de 2016, quer vencer em um ou mais desses três estados que formam o que se chama de "muro azul", onde os democratas tradicionalmente vencem.
Nestes estados-pêndulo, a diferença entre ganhar ou perder ficará em poucos milhares de votos. Por isso, Trump também realizará comícios neste sábado em Michigan e Pensilvânia.
Além disso, o ex-presidente tem concentrado parte de sua estratégia nos jovens. Na sexta-feira, apareceu em uma entrevista de três horas no popular podcast de Joe Rogan, que conta com milhões de seguidores, a maioria homens.
O show de Trump
Os analistas se perguntam por que Trump faz campanha em sua Nova York natal se virtualmente não tem nenhuma chance de vencer no estado?
Alguns especulam que o bilionário, que foi astro de um reality show, pode estar preparando um espetáculo para demonstrar que pode lotar uma arena emblemática em um reduto democrata.
Mas seus críticos, incluídos sua adversária em 2016, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, lembram que o Madison Square Garden também foi cenário de um comício nazista em 1938, organizado por um grupo que apoiava Adolf Hitler.
"Ela disse que é como em 1930", declarou Trump na sexta-feira em Michigan, em referência às declarações de Hillary nesse dia na CNN. "Não é, não. Isto se chama 'Fazer os Estados Unidos grandes outra vez'", afirmou.
A campanha do fim de semana esteve precedida por uma polêmica acalorada, na qual Kamala repercutiu as acusações do ex-chefe de gabinete de Trump, segundo as quais o ex-presidente é um "fascista" em quem não se pode voltar a confiar o poder.
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