Relações entre Maduro e Lula estão estremecidasJuan Barreto, Mauro Pimentel/AFP
Segundo um comunicado divulgado pelo chanceler venezuelano, Yván Gil, o Itamaraty "tenta enganar a comunidade internacional, fazendo-se passar por vítimas em uma situação em que claramente agiram no caráter de algozes".
"O Itamaraty empreendeu uma agressão descarada e grosseira contra o Presidente Constitucional, Nicolás Maduro Moros, de instituições e poderes públicos", acrescentou o texto.
As tensões bilaterais escalaram após o veto do Brasil à entrada da Venezuela no Brics, bloco de economias emergentes, e aos questionamentos do governo brasileiro sobre a reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031), em meio a denúncias de fraude da oposição.
O governo Lula tem se negado a reconhecer Maduro como vencedor das eleições de 28 de julho passado caso não seja publicado um escrutínio detalhado do pleito. A oposição reivindica a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.
As tensões se intensificaram ainda mais após o veto brasileiro ao acesso da Venezuela ao Brics na semana passada, durante a cúpula do bloco em Kazan, na Rússia.
Como consequência, o governo venezuelano chamou para consultas seu embaixador em Brasília e convocou o encarregado de negócios do Brasil em Caracas.
Maduro acusou o Itamaraty de "conspirar contra a Venezuela", embora tenha evitado responsabilizar diretamente o presidente Lula pelo veto no Brics.
A PNB é subordinada ao ministro do Interior, Diosdado Cabello, da ala mais linha-dura do chavismo.
O comunicado do chanceler Gil, que não menciona Lula, exortou o Itamaraty a "desistir de se intrometer em temas que só competem aos venezuelanos".
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