Diversos edifícios foram destruídos pelos bombardeios israelensesReprodução / Anwar Amro / AFP
Beirute fecha escolas após bombardeios israelenses
Exército de Israel atacou novamente várias áreas do sul do Líbano durante a madrugada desta segunda
Beirute fechou suas escolas nesta segunda-feira (18), um dia após os bombardeios israelenses no centro da capital do Líbano que mataram várias pessoas, incluindo o porta-voz do movimento pró-Irã Hezbollah, que está em guerra aberta contra Israel desde setembro.
O Exército de Israel bombardeou novamente várias áreas do sul do Líbano durante a madrugada, informou a agência estatal de notícias NNA.
As escolas "públicas e privadas e as instituições de ensino superior privadas com cursos presenciais permanecerão fechadas até terça-feira, inclusive", afirma um comunicado do Ministério libanês da Educação.
O sistema educacional no Líbano foi muito afetado pelos ataques israelenses contra o Hezbollah, porque muitas famílias foram obrigadas a abandonar suas casas e buscar abrigos em escolas.
O fechamento das escolas acontece um dia após a morte do principal porta-voz do Hezbollah, Mohamad Afif, em um bombardeio contra um bairro do centro de Beirute.
O Exército israelense, que dizimou nos últimos meses a direção do movimento islamista, confirmou que matou Afif, que chamou de "chefe da propaganda" da milícia xiita.
Afif era membro do Hezbollah desde o início dos anos 1980 e integrava o círculo íntimo do falecido líder Hassan Nasrallah, que morreu em setembro em um bombardeio israelense nos subúrbios do sul de Beirute, reduto do movimento islamista.
O Exército de Israel bombardeou o centro de Beirute duas vezes no domingo, com um balanço de seis mortos, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Afif morreu no primeiro ataque, contra o bairro de Ras al Nabaa, informou uma fonte das forças de segurança à AFP.
Israel, que começou em 30 de setembro operações terrestres no sul do Líbano, entrou em guerra aberta com o Hezbollah após um ano de confrontos na fronteira, iniciados pelo movimento armado em apoio a seu aliado palestino Hamas.
De modo paralelo, o Exército israelense prossegue com a ofensiva na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que provocou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Os milicianos islamitas também sequestraram 251 pessoas e 97 continuam retidas em cativeiro em Gaza - o Exército considera que 34 foram mortas.
Apesar dos reveses infligidos a sua liderança, o Hezbollah reivindica ataques diários contra Israel e insiste que impede o avanço das tropas no sul.
Segundo as forças de defesa de Israel, quase 30 projéteis foram lançados do Líbano em direção ao norte do país nesta segunda-feira.
Mais de 3.480 pessoas morreram no Líbano desde 8 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde, a maioria desde 23 de setembro. Do lado israelense, 45 civis e 78 militares faleceram em 13 meses.
Na Faixa de Gaza, os bombardeios israelenses mataram pelo menos 60 pessoas no domingo, segundo a Defesa Civil do território, cercado e no limite de uma catástrofe humanitária.
O ataque mais violento aconteceu na madrugada de sábado para domingo em Beit Lahia, no norte, em um prédio de cinco andares: pelo menos 34 corpos, incluindo mulheres e crianças, foram retirados dos escombros e dezenas de pessoas continuam desaparecidas, informou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal.
Israel "nos bombardeou ontem à noite, destruíram completamente Beit Lahia", disse Omar Abdel Aal, um palestino deslocado, à AFPTV.
A guerra na Faixa de Gaza, que forçou o deslocamento de quase todos os 2,4 milhões de habitantes, deixou mais de 43.800 mortos, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, um número considerado confiável pela ONU.