O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou, nesta sexta-feira (20), a União Europeia com a adoção de tarifas alfandegárias se ela não reduzir seu superávit comercial com seu país por meio da compra de petróleo e gás.
"Eu disse à União Europeia que ela deve preencher o enorme déficit com os Estados Unidos comprando nosso petróleo e gás em grande quantidade", escreveu o bilionário republicano em sua rede Social Truth.
"Caso contrário, haverá tarifas alfandegárias ao máximo!", ameaçou.Em seu comentário, Trump evocou o déficit comercial dos EUA com a União Europeia.
As importações de mercadorias da UE alcançaram US$ 553,3 bilhões em 2022 (cerca de 2,9 trilhões de reais em cotação da época) nos Estados Unidos, enquanto as exportações para o velho continente foram de US$ 350,8 bilhões (1,8 trilhão de reais), de acordo com dados dos EUA.
A UE reagiu, nesta sexta-feira, dizendo que estava pronta para encontrar os "meios para reforçar um relacionamento já forte, incluindo a discussão de interesses comuns no setor de energia" com Trump, de acordo com um porta-voz da Comissão Europeia.
'Substancial' A UE enfatizou que toda a balança comercial deve ser levada em consideração.
É verdade que a UE tem um superávit comercial "substancial" em bens, mas os EUA têm um superávit igualmente "substancial" em serviços. "Isso nem sempre é levado em conta nas mensagens públicas", disse o porta-voz, quando perguntado sobre a postagem de Trump.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já havia evocado em novembro a possibilidade de os EUA venderem mais gás natural liquefeito (GNL) à UE para substituir o gás russo.
Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro, ameaçou impor tarifas alfandegárias generalizadas, inclusive para os parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México - com os quais Washington compartilha o acordo de livre comércio da América do Norte T-MEC - e a China, o que poderia ter repercussões para a economia global.
A UE chegou a um acordo este mês com o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) para avançar em direção a um acordo que criaria uma área de livre comércio de 700 milhões de consumidores.
Von der Leyen disse que tal acordo criaria pontes em um momento em que "fortes ventos estão soprando na direção oposta, em direção ao isolamento e à fragmentação", um comentário visto como uma alusão às ameaças tarifárias de Donald Trump.
"Nosso país, neste momento, perde com todo mundo", disse Trump em uma coletiva de imprensa esta semana. "As tarifas alfandegárias vão enriquecer nosso país", acrescentou.
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