Milhares de pessoas morreram ao longo do confrontoOzan Kose / AFP
Dois jornalistas turcos morrem em explosão no norte da Síria
Veículo dos profissionais foi atingido por uma detonação
Dois jornalistas turcos morreram em um ataque de drone da Turquia quando trabalhavam na cobertura dos combates no norte da Síria entre milícias apoiadas por Ancara e grupos armados respaldados pelos Estados Unidos, informaram várias associações de imprensa nesta sexta-feira (20).
Nazim Dastan e Cihan Bilgin morreram na quinta-feira perto da barragem de Tishrin, quase 100 km ao leste de Aleppo, quando seu veículo foi atingido por uma explosão, informou a associação de imprensa Dicle Firat.
"Condenamos o ataque aos nossos colegas e exigimos que as responsabilidades sejam apuradas", afirmou a associação.
Os dois repórteres trabalhavam para os grupos curdo-sírios Rojnews e Anha, uma agência de notícias.
O Sindicato dos Jornalistas Turcos também condenou o incidente e afirmou que os dois profissionais foram alvos de um drone turco.
"Os jornalistas não podem ser atacados no exercício de um dever sagrado. Os responsáveis pelo ataque devem ser encontrados e julgados" afirmou a representação do sindicato na cidade de Diyarbakir, na área do Curdistão turco.
Segundo a agência de notícias pró-curda 'Mezopotamya', a explosão foi provocada por um drone turco.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) também informou as mortes de dois jornalistas na província de Aleppo, que teriam sidos atingidos por um drone turco.
O Exército turco insiste que não ataca civis, apenas organizações "terroristas".
O incidente acontece em um momento de temor sobre uma possível ofensiva turca contra a cidade fronteiriça síria de Kobane, atualmente sob controle das forças curdas.
Ancara diz confiar nos novos líderes islamistas da Síria para que abordem a questão dos combatentes curdos presentes do norte do país.
"Se enfrentarem a questão corretamente, não haverá motivo para nossa intervenção", declarou esta semana o ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan.
O nordeste da Síria está controlado principalmente pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), que têm os curdos como principais integrantes.
Estas milícias foram aliadas das potências ocidentais na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Mas são consideradas pela Turquia como uma emanação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificado como terrorista por Ancara.