Jimmy Carter foi o 39º presidente dos Estados UnidosAFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi um dos primeiros a prestar homenagens neste domingo (29) ao ex-presidente americano Jimmy Carter, que morreu aos 100 anos de idade.

"Os Estados Unidos e o mundo perderam um líder extraordinário, estadista e humanitário", afirmou Biden em um comunicado conjunto com sua esposa, Jill, no qual também anunciou um funeral de Estado para Carter, que governou entre 1977 e 1981.

"Ele salvou, ergueu e transformou a vida de pessoas ao redor do mundo", acrescentou o presidente em fim de mandato.

O ex-presidente democrata Bill Clinton, que assumiu 15 anos após Carter, destacou que seu correligionário "viveu para servir aos outros, até o fim".

Em uma declaração conjunta com sua esposa Hillary, Clinton enfatizou que Carter "trabalhou incansavelmente por um mundo melhor e mais justo".

O republicano George W. Bush, por sua vez, acrescentou que Carter "dignificou o cargo, e seus esforços para deixar um mundo melhor não terminaram com sua presidência".

O também ex-presidente Barack Obama afirmou que Carter "ensinou a todos o que significa viver uma vida de graça, dignidade, justiça e serviço".
Já o presidente eleito Donald Trump disse que os americanos têm uma "dívida de gratidão" com Carter.

"Os desafios que Jimmy enfrentou como presidente vieram em um momento crucial para nosso país, e ele fez tudo ao seu alcance para melhorar a vida de todos os americanos", escreveu Trump nas redes sociais.

"Salvou incontáveis vidas"
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou Carter como "um amante da democracia e defensor da paz" e ressaltou sua pressão sobre a ditadura militar (1964-1985) para libertar presos políticos.

Lula também lembrou que Carter "trabalhou junto com o Brasil na mediação de conflitos na Venezuela e na ajuda ao Haiti", e deixa como legado sua defesa de que "a paz é a mais importante condição para o desenvolvimento".

Um dos primeiros líderes a reagir no exterior, o presidente francês Emmanuel Macron apontou que Carter "defendeu os direitos das pessoas mais vulneráveis e liderou incansavelmente a luta pela paz".

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer disse que o ex-presidente dos Estados Unidos "redefiniu a pós-presidência com um compromisso notável com a justiça social e os direitos humanos".

Da Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky agradeceu "profundamente o compromisso firme [de Carter] com a fé cristã e os valores democráticos, assim como seu apoio inabalável à Ucrânia diante da agressão não provocada da Rússia".

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, também demonstrou gratidão: "Nosso povo lembrará com gratidão seus esforços em prol da melhoria das relações, suas visitas a Cuba e seus pronunciamentos em favor da liberdade dos Cinco", escreveu, referindo-se aos agentes cubanos presos em 1998 e condenados por espionagem nos Estados Unidos.

Já o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, celebrou o trabalho do Centro Carter, uma organização sem fins lucrativos, que "salvou incontáveis vidas e ajudou a eliminar muitas doenças tropicais negligenciadas".

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, destacou o papel crucial de Carter na negociação e acordo para a transferência do Canal do Panamá dos Estados Unidos para o controle panamenho.

Por meio de um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela agradeceu a Carter por sua "visão e compromisso com a democracia", que “contribuíram para desmontar tentativas desestabilizadoras e a intolerância da ultradireita e do golpismo”.

"Seus aportes à política global e sua dedicação à paz deixaram uma marca indelével no mundo", acrescentou.