Nicolás Maduro tomará posse após eleição polêmica na VenezuelaAFP

As denúncias de detenções de opositores e dirigentes da sociedade civil se multiplicaram nesta quarta-feira (8) na Venezuela, na véspera dos protestos convocados contra o presidente Nicolás Maduro, que tomará posse para um terceiro mandato consecutivo na sexta-feira.
A oposição, liderada por María Corina Machado, acusa Maduro de "roubar" as eleições de 28 de julho e convocou manifestações para quinta-feira em todo o país a favor de Edmundo González Urrutia, que afirma ter vencido as eleições.
Maduro, por sua vez, anunciou a captura de "um alto funcionário do FBI" e de "um alto funcionário militar" americano entre um grupo de sete "mercenários" supostamente vinculados a um complô planejado por Washington, um inimigo recorrente. Desde a noite de ontem as denúncias de detenções se sucedem.
"Apenas esta semana, foram reportados para a Foro Penal 18 novos presos supostamente por motivos políticos na Venezuela", escreveu na rede social X Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, que documenta as prisões por razões políticas.
Entre os capturados estão Carlos Correa, ativista renomado que se dedica à defesa da liberdade de expressão, e Enrique Márquez, um candidato opositor minoritário nas eleições presidenciais que contestou sem sucesso perante o Supremo Tribunal a confirmação que a própria corte fez da reeleição de Maduro. As autoridades não se pronunciaram sobre esses dois casos.
Além disso, González denunciou anteriormente o "sequestro" de seu genro, Rafael Tudares, quando levava seus filhos para a escola.
No poder desde 2013, Maduro anunciou ontem a ativação de um "plano de defesa" com mobilização maciça de militares e policiais.
O centro de Caracas, onde fica o palácio presidencial e a maior parte das sedes do poder público, está tomado desde a semana passada por centenas de agentes de segurança fortemente armados.