Donald Trump é muito atuante na guerra entre Israel e HamasAndrew Harnik/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou de "terrível" a ameaça do Hamas de adiar a próxima libertação de reféns israelenses e disse que vai provocar um "inferno" se eles não forem entregues antes do meio-dia de sábado (15). Israel também criticou o comunicado do Hamas e disse se tratar de uma violação do acordo.

Para o chefe de Estado americano, Israel deveria "cancelar" o acordo de cessar-fogo com o movimento islamista palestino se esse prazo não for cumprido.

"No que diz respeito a mim, se todos os reféns não forem devolvidos antes de sábado às 12h em ponto — acho que é uma hora apropriada — diria que o cancelem, não se admitem mais apostas e que se desate o inferno", disse Trump.

O republicano acrescentou que "todos" os reféns restantes deveriam ser libertados, "não pouco ou pouco, não dois e um, e três e quatro e dois". "Queremos eles todos de volta", insistiu.

Trump disse que provavelmente falaria com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu sobre este prazo. Ele não entrou em detalhes sobre o que quis dizer com "inferno". "O Hamas vai se inteirar do que quero dizer", comentou.

Ao ser questionado se descartava uma possível participação das forças americanas, Trump respondeu: "Vamos ver o que acontece."

Resposta israelense
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, denunciou nesta segunda-feira (10) que o anúncio do Hamas de adiar a libertação de reféns em Gaza é "uma violação total" do acordo de cessar-fogo e afirmou ter ordenado ao exército que se prepare "para todos os cenários".

"O anúncio do Hamas sobre a interrupção da libertação dos reféns israelenses constitui uma violação total do acordo de cessar-fogo e de libertação dos reféns", e o exército recebeu a ordem de "se preparar para todos os cenários", declarou Katz em um comunicado.

O Hamas havia anunciado anteriormente o adiamento indefinido da próxima libertação de reféns, acusando Israel de descumprir compromissos.

"A libertação de prisioneiros (reféns israelenses), que estava programada para o próximo sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada até novo aviso, dependendo do cumprimento do acordado sobre a ocupação e dos compromissos retroativos das semanas passadas", disse Abu Obeida, porta-voz do braço armado do grupo, as Brigadas Al Qassam, em um comunicado.
Com informações da AFP.