Vírus do Sudão é conhecido por sua alta letalidadeReprodução

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta urgente sobre uma doença que está se espalhando e que é conhecida por seu alto índice de letalidade. O vírus do Sudão atraiu a atenção pela primeira vez após a morte de uma enfermeira de 32 anos. A OMS relatou dois principais grupos de infecções entre a família da enfermeira e no hospital onde trabalhavam, em Uganda, pequeno país da África. Desde então, o vírus foi detectado no país em 30 de janeiro e em 5 de março deste ano, com um total de 14 casos, incluindo 12 confirmados e dois prováveis . Quatro mortes — duas confirmadas e duas prováveis — foram relatadas.

A OMS mostra preocupação com a alta taxa de mortalidade e divulgou uma lista de sintomas que podem se apresentar nos infectados.
"É caracterizada pelo início agudo de febre com sintomas/sinais inespecíficos." Esses sintomas incluem dor abdominal, anorexia, fadiga, mal-estar, mialgia, dor de garganta. Geralmente é acompanhado de náuseas, vômitos, diarreia e, ocasionalmente, erupção cutânea dias após os sintomas iniciais", informa a nota da OMS.

De acordo com os médicos, indivíduos que se recuperam podem apresentar sequelas prolongadas, dentre elas disfunção neurocognitiva e até mesmo formação de catarata. A transmissão de pessoa para pessoa ocorre por contato direto com sangue, outros fluidos corporais, órgãos ou superfícies e materiais contaminados.

Este surto é o nono registrado desde 1976, quando o vírus foi identificado pela primeira vez, no Sudão. Um surto do vírus em 2022, também em Uganda, teve 164 casos e 77 mortes (uma taxa de mortalidade de 47%).

"A doença do vírus Sudão é essencialmente uma doença muito semelhante ao Ebola. O vírus Ebola causou vários surtos de alto perfil. O surto da África Ocidental de 2014-16 foi o maior, com 28.600 casos e 11.325 mortes", disse Michael Head, pesquisador sênior em saúde global da Universidade de Southampton (Inglaterra), em entrevista ao site 'The Conversation'.