Ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, expressou esperança de que os EUA 'revisem posição sobre a Ucrânia'AFP

Os países europeus não podem garantir sua própria segurança sem o apoio dos Estados Unidos, que continuam sendo um "aliado confiável" na Otan, disse o ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, em Paris nesta terça-feira (11).
Em um momento em que a Europa está incerta sobre as intenções de Washington após a reaproximação com Moscou e a suspensão da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, Ruben Brekelmans, convidado de honra do Fórum de Defesa e Segurança de Paris (PDSF), pediu à imprensa que "não especule".
"Não devemos especular sobre outras medidas que os Estados Unidos podem tomar porque simplesmente não podemos garantir a nossa segurança sem os Estados Unidos neste momento. Essa é a realidade com a qual temos que trabalhar", disse ele.
Embora tenha expressado esperança de que Washington "revise sua posição sobre a Ucrânia", ele disse que os Estados Unidos continuam sendo um "aliado confiável" na Otan, mas que espera que os países europeus façam mais.
O ministro afirmou que não estava preocupado com a dependência do país de equipamentos militares americanos, como o caça furtivo F-35, que alguns observadores temem que possa ficar inoperante se os EUA se opuserem às decisões de seus clientes europeus.
Os Países Baixos estão envolvidos no programa F-35 há mais de 20 anos e alguns de seus componentes são fabricados exclusivamente lá, ele observou.
Se os países europeus, cujos orçamentos de defesa deverão aumentar, precisam desenvolver sua própria produção de equipamentos militares, não se trata de prescindir dos equipamentos americanos, enfatizou.
Na sua opinião, os fabricantes europeus não têm capacidade para produzir as quantidades necessárias com rapidez suficiente.
"O que importa é o resultado (...) simplesmente não temos tempo", afirmou, acrescentando que a inteligência militar holandesa estima que a Rússia levaria apenas um ano para reposicionar suas forças após o fim das hostilidades na Ucrânia.
Ele acredita, portanto, que a produção de equipamentos militares licenciados pelos EUA na Europa deveria aumentar, embora "concorde com a França" que a maior parte do investimento deve ser destinada à produção na União Europeia.