Médico Mozart Sales ao lado do presidente LulaReprodução

O médico Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, criticou nesta quarta-feira, 13, à revogação de seu visto americano pelo governo dos Estados Unidos, comandado pelo presidente Donald Trump.
Em publicação no Instagram, Sales afirmou que a sanção é "injusta" e defendeu o programa Mais Médicos, citado pelo governo americano para justificar a sanção contra ele e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo federal que, assim como o secretário, envolveu-se na criação do programa durante o governo de Dilma Rousseff (PT).

"Médicos cubanos já prestavam esse atendimento em outros 58 países de diferentes orientações político-ideológicas, por meio de mecanismos de cooperação internacional. Graças a essa iniciativa, a presença de profissionais brasileiros, cubanos e de outras nacionalidades ofereceu atenção básica de saúde e mãos fraternas e quem mais precisava. Diminuiu dores, sofrimentos e mortes", escreveu Mozart.

No post, o secretário citou ainda uma aprovação, logo no início do programa, de 87%, segundo dados do Datafolha divulgados em 2013. “Inúmeras publicações científicas comprovam os impactos positivos e a melhora expressiva na saúde da população”, escreveu.
"Essa sanção injusta não tira minha certeza de que o Mais Médicos é um programa que defende a vida e representa a essência do SUS [Sistema Único de Saúde], o maior sistema público de saúde do mundo – universal, integral e gratuito", concluiu Mozart.

Mozart é a primeira autoridade do governo Lula a ser punida com a perda de visto pelo governo Trump. Integrantes do governo temem que a medida possa ocorrer com outros, inclusive de alto escalão, por causa do embate político relacionado aos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Antes de Sales, o governo americano já havia revogado vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, bem como de familiares.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu Mozart Sales e publicou em sua rede social que o programa Mais Médicos resistirá a "ataques injustificáveis".
* Com informações do Estadão Conteúdo