Erin Patterson foi condenada à prisão perpétuaMartin Keep / AFP
Após um julgamento que despertou grande interesse da imprensa internacional, Erin Patterson foi declarada culpada em julho pelo assassinato em 2023 dos pais e de uma tia de seu marido — de quem estava separada — durante um almoço que começou com uma oração e uma conversa animada, mas terminou em tragédia.
A mulher de 50 anos afirmou durante o processo que o prato de carne que havia preparado foi contaminado acidentalmente com "Amanita phalloides", conhecido com cogumelo da morte, um dos mais letais do mundo.
O julgamento atraiu podcasters, equipes de filmagem e pessoas que acompanham notícias de crimes de todo o mundo para a localidade rural de Morwell, uma cidade tranquila no estado de Victoria, mais conhecida por suas rosas.
A motivação dos assassinatos continua sendo um mistério. Ao ler a sentença nesta segunda-feira, o juiz da Suprema Corte de Victoria, Christopher Beale, afirmou que Patterson infligiu um "trauma" às vítimas e suas famílias.
"Sua falta de arrependimento joga sal nas feridas", declarou. "A gravidade do seu crime justifica a imposição das penas máximas pelos seus atos", disse.
Pouca emoção
Patterson demonstrou pouca emoção durante a leitura da sentença e fechou os olhos em alguns momentos, segundo o canal de televisão ABC.
Também olhou com raiva para os jornalistas quando o juiz disse que ela continuará sendo uma prisioneira famosa devido à intensa cobertura midiática do caso.
Os advogados argumentaram que Patterson deveria ter a oportunidade de sair em liberdade após 30 anos porque a notoriedade do caso fará com que ela passe a maior parte de sua pena em prisão em isolamento. Ela tem 28 dias para apresentar recursos contra a condenação e a sentença.
Em julho, um júri de 12 pessoas considerou a mulher culpada pela morte dos pais de seu marido Simon, Don e Gail Patterson, assim como de sua tia Heather Wilkinson, em sua residência em Leongatha, em Victoria.
Simon também havia sido convidado para o fatídico jantar, mas desistiu um dia antes e enviou uma mensagem para Erin Patterson dizendo que se sentia "desconfortável" a comparecer.
Naquele momento, a relação já estava deteriorada. O casal, separado há muito tempo, mas ainda casado legalmente, estava discutindo sobre a pensão alimentícia dos filhos de Simon.
Erin também foi considerada nesta segunda-feira culpada pela tentativa de assassinato de Heather Wilkinson, Ian, o único sobrevivente do almoço com os cogumelos venenosos.
Após o anúncio da sentença, Ian, pastor de uma igreja local, agradeceu pelas "orações e mensagens de apoio", mas pediu privacidade enquanto a família continua seu luto. "Gostaria de incentivar todos a serem gentis uns com os outros", disse.

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