A curadora Desirée Monjardim disse que gosta de conhecer de perto os artistas.Divulgação

A niteroiense Desirée Monjardim é tudo de bom. Ela completou 75 anos em abril, mas também tem motivos de sobra para celebrações desde a semana passada ao completar 25 anos como a responsável pela curadoria das exposições da Sala José Cândido de Carvalho, que fica na sede da Fundação de Artes de Niterói (FAN) no Ingá, na Zona Sul de Niterói. Mãe de dois filhos, ela dedicou a maior parte de sua vida a promover a arte.
O marco na carreira profissional se junta ao Dia Nacional dos Museus, comemorado na quinta-feira, dia 18/5, mesma data em que se celebra a luta Antimanicomial no país, que para ela é um motivo ainda mais importante.

“É fundamental reafirmarmos a importância dos museus, mas a luta antimanicomial foi o ponto de partida para mim. A primeira curadoria que fiz em Niterói, em 1998, foi de uma exposição com obras de artistas atendidos no Hospital psiquiátrico de Jurujuba e na Policlínica Comunitária a Santa Rosa. Esse elo da arte como instrumento de conscientização na luta antimanicomial foi fundamental e eu me sinto muito realizada de, alguma forma, ter contribuído com isso”, contou a artista que já fez a curadoria de mais de 300 exposições na Sala José Cândido de Carvalho.

Arte e curadoria

Gravadora e pintora, Desirée Monjardim teve formação autodidata, aperfeiçoou-se nas técnicas de xilogravura e entalhe no final da década de 1960. A partir de 1970, ela exibiu suas obras em exposições coletivas e individuais, em diversas cidades do país e também do exterior. Sua obra foi premiada no IX Salão Carioca de Arte, com o 1º. Prêmio de Gravura, 1985; no II Salão de Inverno da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o 1º. Prêmio de Gravura, 1990 e no I Salão Nacional de Gravura, SESC, com Menção Honrosa, 1996. Na função de curadora, ela diz que o importante é estar próxima do fazer dos artistas e exalta o potencial de Niterói no setor.

“Eu gosto de conhecer de perto os artistas, visitar os ateliês e acompanhar o processo de produção. Assim, eu consigo me aproximar mais das obras, o que me ajuda na concepção das exposições. Nesses 25 anos muita coisa mudou, saímos de 4 anos dificílimos para a classe artística no Brasil, mas vejo um futuro promissor. O MAC (Museu de Arte Contemporânea) foi um presente do Niemeyer que projetou a Niterói para o mundo em termos de arte e deu muita visibilidade para outros espaços na cidade”, considerou Desirée.

A obra de Desirée Monjardim está representada nos seguintes acervos: Museu Dom João VI da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Museu de Arte Costarriquenha, São José da Costa Rica; Primeiro Museu de Arte Latina da Europa, Universidade de Essex, Inglaterra; Exposição Itinerante da Associação de Mulheres Uruguaias Lourdes Pinto e Coleção RioArte.

Exposição em cartaz na Sala José Cândido de Carvalho:Laranjas, maçãs e peras, Bananas, figos de cera – João Porto. Entremeado pelo processo criativo, João torna o efêmero em permanente, simulacro do real através da conservação. Sem pincéis ou grafites, ele cria novos signos a partir do que já foi, construindo, assim, ressignificações em uma experiência imersiva.

O movimento vanitas surgiu no século XV e se tornou uma tendência da arte medieval. Nesta estética, temas como natureza, morte e questões sobre a fugacidade do tempo são recorrentes.