A curadora Desirée Monjardim disse que gosta de conhecer de perto os artistas.Divulgação
“É fundamental reafirmarmos a importância dos museus, mas a luta antimanicomial foi o ponto de partida para mim. A primeira curadoria que fiz em Niterói, em 1998, foi de uma exposição com obras de artistas atendidos no Hospital psiquiátrico de Jurujuba e na Policlínica Comunitária a Santa Rosa. Esse elo da arte como instrumento de conscientização na luta antimanicomial foi fundamental e eu me sinto muito realizada de, alguma forma, ter contribuído com isso”, contou a artista que já fez a curadoria de mais de 300 exposições na Sala José Cândido de Carvalho.
Arte e curadoria
Gravadora e pintora, Desirée Monjardim teve formação autodidata, aperfeiçoou-se nas técnicas de xilogravura e entalhe no final da década de 1960. A partir de 1970, ela exibiu suas obras em exposições coletivas e individuais, em diversas cidades do país e também do exterior. Sua obra foi premiada no IX Salão Carioca de Arte, com o 1º. Prêmio de Gravura, 1985; no II Salão de Inverno da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o 1º. Prêmio de Gravura, 1990 e no I Salão Nacional de Gravura, SESC, com Menção Honrosa, 1996. Na função de curadora, ela diz que o importante é estar próxima do fazer dos artistas e exalta o potencial de Niterói no setor.
“Eu gosto de conhecer de perto os artistas, visitar os ateliês e acompanhar o processo de produção. Assim, eu consigo me aproximar mais das obras, o que me ajuda na concepção das exposições. Nesses 25 anos muita coisa mudou, saímos de 4 anos dificílimos para a classe artística no Brasil, mas vejo um futuro promissor. O MAC (Museu de Arte Contemporânea) foi um presente do Niemeyer que projetou a Niterói para o mundo em termos de arte e deu muita visibilidade para outros espaços na cidade”, considerou Desirée.
A obra de Desirée Monjardim está representada nos seguintes acervos: Museu Dom João VI da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Museu de Arte Costarriquenha, São José da Costa Rica; Primeiro Museu de Arte Latina da Europa, Universidade de Essex, Inglaterra; Exposição Itinerante da Associação de Mulheres Uruguaias Lourdes Pinto e Coleção RioArte.
Exposição em cartaz na Sala José Cândido de Carvalho:Laranjas, maçãs e peras, Bananas, figos de cera – João Porto. Entremeado pelo processo criativo, João torna o efêmero em permanente, simulacro do real através da conservação. Sem pincéis ou grafites, ele cria novos signos a partir do que já foi, construindo, assim, ressignificações em uma experiência imersiva.
O movimento vanitas surgiu no século XV e se tornou uma tendência da arte medieval. Nesta estética, temas como natureza, morte e questões sobre a fugacidade do tempo são recorrentes.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.