Na foto: Carlos Alberto, Kátia Falcão, Dulce Tupy, Leonardo Caldeira, Mário Sousa, Cristine Montes e Renato Guimarães.Divulgação

Após quatro horas de palestras e debates, o Fórum de Jornalismo, reafirmou a luta e defesa do diploma para o exercício da profissão, contra as fakes News e as agressões e preconceitos aos jornalistas.
Realizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de janeiro (Sjperj) em parceria com o Curso de Jornalismo da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), o Fórum ocorreu no auditório da Universidade, na quarta-feira (7/6), Dia da Liberdade de Imprensa.

Coordenado pelo jornalista Mário Sousa, presidente do Sjperj, a mesa de abertura contou com a presença do próprio e do professor Anderson Freire, diretor do Campus da Universo em Niterói; de Kátia Falcão, coordenadora do Curso de Jornalismo da Universo; e do jornalista Jourdan Amora, diretor dos Jornais A Tribuna e Icaraí, que foi o palestrante de abertura do Fórum.
O professor Anderson Freire destacou a importância do Fórum para os universitários e ressaltou a parceria do Curso de Jornalismo com o Sindicato na realização do Encontro.
A coordenadora do Curso de Jornalismo da Universo, Kátia Falcão, destacou que a Universo, através do Curso de Comunicação, segue na vanguarda do conhecimento, proporcionando aos alunos experiências fundamentais para o exercício da profissão, através e seus laboratórios e a TV Universo. Ela disse que o Fórum é um momento de reflexão e aprendizagem.
Já Mário Sousa destacou o diretor do diário impresso A Tribuna, Jourdan Amora, que faz 71 anos de atividade, como jornalista e mestre do jornalismo."As faculdades públicas e privadas deveriam contratar profissionais competentes, não só pela experiência, mas pela capacidade de ensinar e transmitir aos universitários do Curso de Comunicação Social seus conhecimentos de como ser um jornalista de fato", disse o presidente.
Após a fala de Jourdan, Mário Sousa ainda ressaltou a aula de história e jornalismo dada por Jourdan Amora ao fazer um resumo de sua trajetória, desde os primeiros passos como profissional e emocionado, foi as lágrimas.
Um dos momentos mais fortes de sua fala, foi quando lembrou dos desafios que era ser jornalista e dirigir o jornal A Tribuna com a Ditadura Militar de 64. “Sofri muito com a censura e alguns fatos que não sabíamos de qualquer proibição só ficávamos sabendo quando a polícia batia na porta da redação”, lembrou Jourdan. Ele foi vítima da Ditadura e levado preso e ameaçado de morte.

Jourdan, que começou sua carreira, com 14 anos, em 1952, lembrou também as dificuldades de apurar uma matéria. “O jornalismo era feito de modo “raiz”, por assim dizer, em entrevista face a face, por não existir fax, tampouco telefone celular e internet muito menos", recordou o jornalista.

Sobre o Diploma para o exercício da profissão, Jourdam disse que Jornalismo é um dom e que para além da formação acadêmica, é preciso ter formação na vida. “Conversar com pessoas simples, conversar com pessoas mais humildes e conhecer a sabedoria popular. Direito de Imprensa não é direito do diretor, é direito do leitor”, ressaltou o mestre.
Após sua fala, Jourdan Amora foi agraciado com um Certificado e uma placa de Honra ao Mérito oferecida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro e pela Universo.

Em seguida, o professor e jornalista, apresentador e locutor esportivo Rodrigo Gomes abordou tanto a questão da desinformação através das Fakes News como a importância do diploma. Rodrigo, que há duas décadas, está na profissão e reconhecido profissional, falou também de sua trajetória e de como muitas vezes é preciso, além da formação, se aperfeiçoar com novos cursos e experiências adquiridas.

O jornalista Cláudio Salles também fez a defesa do diploma para o exercício da profissão e defendeu a democratização da Comunicação, ressaltando a importância das mídias comunitárias como TVs e rádios comunitárias e a necessidade levar a tecnologia da informação para a rede de ensino na área pública.

No bloco sobre o Racismo, preconceitos e a Informação como um Direito de Cidadania, o jornalista e atual presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Marcos Gomes, discorreu sobre o abismo social que ainda existe no País resultado dos poucos avanços de políticas públicas e avanços da sociedade sobre questão do preconceito racial. Marcos destacou o trabalho que vem sendo implantado na ABI sobre o racismo.

O Colunista político e advogado Célio Junger ao abordar a questão sobre o preconceito racial no país afirmou que a escravidão foi exterminada em 1888. Segundo ele, essa onda injustificável de preconceito e racismo parece que não tem fim pela falta de cultura exercida na base familiar e escolar. “É lamentável esse atraso prolongado nas estruturas políticas que foram adaptadas pelo Brasil afora, principalmente, no setor educacional", lamentou o advogado.

A mestre em Direitos Humanos e professora Paula Caldeira Paula lembrou que o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humano define esse direito como a liberdade de emitir opiniões, acesso e transmitir informações e ideias, por qualquer meio de comunicação e que a Constituição da Federativa do Brasil de 88 dispõe no artigo 5º ser livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença.

Na área da Comunicação, quando se trata da Informação, Paula, levanta a tese, hoje muito debatida, de que Comunicação é um Direito humano e social, que contribui para o fortalecimento da democracia e da cidadania. Ela coloca em questão, no entanto, que a Informação através do Jornalismo seja impresso, online, não pode ser confundido com a disseminação das fake News.

A jornalista e ativista ambiental Dulce Tupy, vice-Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RJ, falou a importância do Jornalismo Ambiental, ao lembrar as várias denúncias desses profissionais contra crimes cometidos na área ambiental no estado do Rio de Janeiro e no país.

Dulce lembrou dos crimes cometidos no Brasil nos últimos anos, com invasões de terras indígenas, dos desmatamentos, da pesca ilegal, do contrabando de minérios e queimadas, principalmente, na Amazônia. Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no dia 5 de junho de 2022, na Amazônia e também de Chico Mendes, no Acre, foram lembrados por Dulce, pelas denúncias contra a destruição das florestas, rios e todo o meio ambiente.

Os jornalistas Carlos Alberto e Renato Guimarães, diretores e representantes sindicais na Baixada Fluminense, falaram sobre a importância do encontro em Niterói e sobre o Fórum realizando recentemente na Nova Iguaçu quando foi registrado as demandas da Região e a necessidade de implantação de uma sub-sede do Sindicato na Baixada e de uma faculdade de Jornalismo.
"O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro agradece o apoio da Universidade Salgado de Oliveira, de Kátia Falcão do Curso de Jornalismo da Universo, do designer e professor Ismael Maciel da TV Universo, da Silvia do Sindicato dos Jornalistas do RJ e toda equipe que colaborou na realização do evento", disse Mario Sousa.

Marcaram presença no Fórum: o secretário de Comunicação da Prefeitura de Niterói, Leonardo Caldeira; Dulce Tupy (diretora do Jornal O Saqua); o apresentador Sérginho Total; Sandra Duarte (editora do jornal O Fluminense); Fernanda Piaentini (Rede Rio TV); Elyzio Falcato (Insigth Comunicação); jornalista Renato Guima, jornalista Renata Cardoso (coordenadora de Comunicação do CDL); Heber Salles (diretor do Jornal Opção); Odimar Brito (diretor do jornal Atual); Kika Magalhães (assessora de imprensa da Neltur);jornalista Eduardo Biscaia (TV Universo); Mauricio da Costa (cinegrafista da TV Universo); Tarcisio José Alves; Luis Jourdan (Dandan - diretor de A Tribuna); jornalista Glaucia Erbe; jornalista Ramos Rhiwag; jornalista Cristine Montes; Adhemir Rebell;, Natalia Vitorino; Kosberg Oliveira; Julio Castro (diretor do Cidadeonline), jornalista Carlos Alberto (Diretor e delegado Sindical na Baixada Fluminense), jornalista Renato Guima; Roberto Ricão (editor de Todo Sports), Serginho Soares (editor do Jornal O São Gonçalo), jornalista e apresentadora Claudia Barcellos) e Paulo Caldeira (diretor do Serramar).