arte da coluna opinião de amanhã, 27 março 2023paulo márcio

Um olhar objetivo, realista, pragmático da América Latina mostra um comportamento curioso daqueles que têm escolhido o regime criado por Chávez na Venezuela, denominado de bolivariano. Foram buscar nos movimentos de esquerda uma infeliz inspiração, pois os resultados têm sido catastróficos em termos econômicos, políticos e sociais nestes países.

Curioso é que em nenhum desses países – Chile, Colômbia, Peru e Argentina – os resultados têm sido positivos. Todos estão envolvidos em dificuldades políticas e econômicas. Alguns até vindos de bons governos, como o Chile e a Colômbia. A Venezuela, que foi rica, é o exemplo maior da destruição da Economia e morte da democracia. Mais de seis milhões de venezuelanos deixaram o país, incluindo os mais
preparados.

O governo brasileiro busca se aproximar e ajudar esses países, quase todos com histórico de não pagar o que nos deve. E silencia, se omite e possui cumplicidade com governos totalitários, como a Nicarágua. O México, com maior cuidado pela proximidade e dependência dos Estados Unidos, ensaia limitar sua democracia. Difícil entender. Países como Uruguai e Paraguai vivem bons momentos em suas economias, recebem investimentos argentinos e brasileiros, por adotarem governos liberais, desenvolvimentistas.

A viagem de Lula aos EUA foi um gesto político e de mídia. Na verdade, e os fatos vêm comprovando, a tendência de alinhamento brasileiro é com China e Rússia, em conflito com os norte-americanos. E a questão da invasão da Ucrânia é significativa, levando desconfianças aos europeus. Neste ponto, Lula é a continuidade dos erros na diplomacia de Bolsonaro, apenas com o silêncio da mídia e dos políticos de esquerda em todo mundo.
A viagem à China vai dar o que falar. E logo em abril estará em Brasília o chanceler russo, Serguei Lavrov.
Grave foi a entrevista do assessor da Casa Branca Ricardo Zuniga, estranhando a acolhida aos navios de guerra iranianos e sugerindo que o governo brasileiro condene ditaduras como as da Nicarágua e Venezuela.
Um analista inglês da política latino-americana afirmou que, em matéria de posicionamento internacional e orientação ideológica de sua política externa, o Brasil trocou seis por meia dúzia. O que o Barão do Rio Branco certamente não apoiaria, comentam os diplomatas da velha escola do Itamarati. Os esforços de Lula de aparecer como mediador na guerra da Ucrânia só foi levado a sério na mídia esquerdista.
Aristóteles Drummond é jornalista