Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública divulgação

Segundo o dicionário, psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade antissocial é um comportamento caracterizado pelo padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros que se inicia na infância ou no começo da adolescência e continua na idade adulta. Começo essa nossa reflexão chamando a atenção para essa definição, pois estamos vivendo no Brasil um boom de episódios violentos e fruto de ódio injustificável na maioria das vezes por motivo fútil, demonstrando um assustador desprezo a vida humana. Nossa sociedade está cada vez mais doente e mudar essa realidade depende de todos nós.
Segundo especialistas, as pessoas com transtorno de personalidade antissocial (TPAS) podem começar a demonstrar sintomas na infância, mas não é possível diagnosticar a condição até a adolescência ou idade adulta. Quem tem esse transtorno costuma mentir, infringir leis, agir impulsivamente e desconsiderar sua própria segurança ou a dos outros.
Baseado nessas definições, a fúria de um menino de 13 anos ao atacar professores e alunos numa escola parece realmente ser fruto de uma psicopatia. Pessoas que disparam tiros, ferem e matam os outros por discussões banais não parecem estar na sua sanidade mental perfeita. O mesmo podemos falar sobre o frentista que por conta de uma chave quebrada, ateou fogo no cliente.
Essas pessoas cometeram crime contra a vida. Demonstraram não estarem aptas ao convívio social, sendo uma ameaça real para o coletivo e precisam de todo o rigor da lei. No Brasil, onde as leis acabam tendo brechas que acabam por beneficiar o delinquente, a pena de morte é uma possibilidade nula, no entanto, diante dessa triste realidade a prisão perpétua para esses casos escabrosos seria uma forma de inibir e punir o infrator à altura.
Sim, sabemos que a pandemia nos trouxe alto estresse. Estamos mentalmente abalados, uns mais, outros menos. Mas precisamos ter essa consciência. Nossos jovens têm crise de ansiedade, inúmeras pessoas em depressão. Acontece uma morte por suicídio a cada 45 minutos no país. E para cada morte há outras 20 tentativas.
Precisamos uns dos outros. Devemos reconstruir nossas relações com empatia e civilidade para melhorarmos enquanto cidadãos e sociedade em geral. Resgatar e investir cada vez mais em princípios fundamentais como a família, educação (escola) e religião (espiritualidade) são essenciais para a formação do cidadão e para a transformação que precisamos urgentemente.

*Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública