*Henrique Carlos de Andrade Figueira, desembargador, é presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ)Divulgação

A intensa procura de eleitoras e eleitores aos postos do TRE-RJ nos dias que antecederam o fechamento do cadastro eleitoral, aberto desde novembro de 2022, é o mais significativo símbolo de uma democracia pujante, em preparação para o seu grande momento: as eleições. Só no último dia de prazo, quase 32 mil pessoas foram atendidas diretamente nas unidades da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro. Entre elas, muitos jovens em idade de voto facultativo, que requeriam o primeiro título de eleitor, repletos da esperança que apenas a cidadania pode alimentar.
Houve ainda outras 12 mil solicitações on-line feitas nas 24 horas finais. O sucesso da operação deve-se especialmente a um comprometido e qualificado corpo de servidores do TRE-RJ, que, no estado inteiro, não mediu esforços para atender e demonstrar capacidade de resposta às demandas da sociedade em seu momento de pico. Uma comprovação do mais elevado espírito público, reforçando para a sociedade os valores inegociáveis da Justiça da Democracia.
Desde a campanha iniciada em janeiro, com a sensibilização do eleitorado e o apoio da mídia, que compreendeu a importância do serviço, conseguimos avançar com relação a coleta da biometria, procedimento que tornará ainda mais tranquila e segura a eleição que se aproxima. O cadastramento biométrico será retomado após as eleições, juntamente com os demais serviços, no dia 6 de novembro.
Superado o fechamento do cadastro eleitoral, o TRE-RJ volta suas atenções à logística do primeiro turno, para o qual cerca de 13 milhões de eleitores estarão habilitados a votar nos 92 municípios fluminenses. Serão aproximadamente cinco mil locais de votação e 30 mil seções eleitorais. Números ainda em processo de fechamento, mas que farão desta a maior eleição da história do Rio de Janeiro.
Em meio ao desafio organizacional, potencializado pelas peculiaridades estaduais no âmbito da segurança pública, não deixaríamos de nos posicionar, ao lado da Prefeitura do Rio e do Governo do Estado, contrariamente à realização do show do cantor Bruno Mars a dias da eleição. A realização do pleito exige o apoio integral dos agentes das forças de segurança, das três esferas, que atuam de maneira coordenada neste momento crucial.
Desta forma, celebramos que se tenha chegado a um consenso com a troca entre as datas dos shows do Rio e do Distrito Federal, onde, por sua natureza jurídica, não há eleições municipais. Prevaleceu o interesse público, evitando que um grande evento pudesse concorrer com as eleições e afetar sua dinâmica por conta de uma desnecessária mobilização de agentes do estado naquele período. Sem prejuízo ao público, ao turismo e à cultura.
O objetivo da articulação foi o de preservar e garantir a todos os eleitores o efetivo exercício do direito ao voto. Uma postura que protege as garantias até mesmo de alguns poucos que, no primeiro momento, se insurgiram contra a medida. Não compreenderam ainda que, na festa da democracia, a área VIP é destinada ao eleitor.
*Henrique Carlos de Andrade Figueira, desembargador, é presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ)