Elisa NigriDivulgação
Era para ser apenas mais uma manhã em Israel. O sol surgia como sempre, refletido sobre as areias do deserto. Era Simchat Torá, uma das festas mais alegres do calendário judaico. Mas, em 7 de outubro de 2023, o que deveria ser um dia de celebração e liberdade transformou-se no palco de um horror inimaginável.
Naquele festival, que deveria ecoar música, juventude e alegria, o silêncio tomou conta. Um silêncio que gritava, cortado pelo som de mísseis, sirenes, tiros, explosões e gritos sufocados. O que era uma celebração da vida transformou-se em um teatro de dor. Milhares de terroristas do Hamas invadiram, matando indiscriminadamente e sequestrando 250 pessoas como reféns.
Esse 7 de outubro deveria ser uma expressão de alegria, mas se converteu em um pesadelo que hoje completa um ano. O terror invadiu Israel naquela manhã fatídica, deixando um rastro de dor, desespero e desumanidade, enquanto o mundo assistia, perplexo, ao desenrolar da tragédia.
Ao longo deste último ano, o eco desse ataque reverberou em diversas esferas. O antissemitismo, que muitos preferiam acreditar estar adormecido, ressurgiu com força. Manifestações de ódio e intolerância contra o povo judeu tornaram-se mais frequentes em todos os cantos do mundo. Mas o que muitos não percebem é que o antissemitismo não é apenas uma agressão contra um povo. Ele é a negação da coexistência, um ódio travestido de ignorância.
Um ano depois, a ausência dos reféns, os ataques contínuos dos vizinhos e a falta de respostas mantêm Israel em um estado de alerta permanente. Cada notícia, cada esforço diplomático, cada pequena pista sobre os reféns carrega consigo uma montanha de emoções. Enquanto a vida segue, a ferida aberta por aquele 7 de outubro permanece dolorosa, incapaz de cicatrizar enquanto tantas vidas ainda estão em jogo — até mesmo a soberania de Israel.
Israel já viveu muitos capítulos de dor em sua longa história, mas este foi diferente. O ataque não foi apenas contra um território, foi contra a própria humanidade. Cada refém ainda em cativeiro e cada família sem respostas representam uma afronta à dignidade humana. E, no entanto, o povo judeu, que há milênios enfrenta adversidades, se recusa a ceder. A memória daquele 7 de outubro, longe de se apagar, se transforma em combustível para que a luz da esperança nunca se extinga.
Porque, no fim, é isso que o terror quer destruir: a crença no amanhã. Mas, assim como o silêncio daquele 7 de outubro gritou mais alto que qualquer palavra, a resiliência de Israel continua a falar por si só. Um ano depois, ainda que em luto, Israel se recusa a ser refém do medo. Porque, enquanto houver memória, resistência e vida, o terror nunca vencerá.
O “nunca mais” é agora. Enquanto houver reféns e enquanto o antissemitismo e a intolerância continuarem a se espalhar, ainda há muito pelo que lutar. Mas isso também é um testemunho de que a vida, por mais frágil que seja, é a maior arma contra a escuridão.
E assim, neste dia, não é apenas a angústia que persiste. É também a esperança — a esperança de que, um dia, todos os reféns retornarão, que a paz encontrará seu caminho, e que o grito daquele silêncio de 7 de outubro será finalmente silenciado pela harmonia de uma verdadeira convivência
Naquele festival, que deveria ecoar música, juventude e alegria, o silêncio tomou conta. Um silêncio que gritava, cortado pelo som de mísseis, sirenes, tiros, explosões e gritos sufocados. O que era uma celebração da vida transformou-se em um teatro de dor. Milhares de terroristas do Hamas invadiram, matando indiscriminadamente e sequestrando 250 pessoas como reféns.
Esse 7 de outubro deveria ser uma expressão de alegria, mas se converteu em um pesadelo que hoje completa um ano. O terror invadiu Israel naquela manhã fatídica, deixando um rastro de dor, desespero e desumanidade, enquanto o mundo assistia, perplexo, ao desenrolar da tragédia.
Ao longo deste último ano, o eco desse ataque reverberou em diversas esferas. O antissemitismo, que muitos preferiam acreditar estar adormecido, ressurgiu com força. Manifestações de ódio e intolerância contra o povo judeu tornaram-se mais frequentes em todos os cantos do mundo. Mas o que muitos não percebem é que o antissemitismo não é apenas uma agressão contra um povo. Ele é a negação da coexistência, um ódio travestido de ignorância.
Um ano depois, a ausência dos reféns, os ataques contínuos dos vizinhos e a falta de respostas mantêm Israel em um estado de alerta permanente. Cada notícia, cada esforço diplomático, cada pequena pista sobre os reféns carrega consigo uma montanha de emoções. Enquanto a vida segue, a ferida aberta por aquele 7 de outubro permanece dolorosa, incapaz de cicatrizar enquanto tantas vidas ainda estão em jogo — até mesmo a soberania de Israel.
Israel já viveu muitos capítulos de dor em sua longa história, mas este foi diferente. O ataque não foi apenas contra um território, foi contra a própria humanidade. Cada refém ainda em cativeiro e cada família sem respostas representam uma afronta à dignidade humana. E, no entanto, o povo judeu, que há milênios enfrenta adversidades, se recusa a ceder. A memória daquele 7 de outubro, longe de se apagar, se transforma em combustível para que a luz da esperança nunca se extinga.
Porque, no fim, é isso que o terror quer destruir: a crença no amanhã. Mas, assim como o silêncio daquele 7 de outubro gritou mais alto que qualquer palavra, a resiliência de Israel continua a falar por si só. Um ano depois, ainda que em luto, Israel se recusa a ser refém do medo. Porque, enquanto houver memória, resistência e vida, o terror nunca vencerá.
O “nunca mais” é agora. Enquanto houver reféns e enquanto o antissemitismo e a intolerância continuarem a se espalhar, ainda há muito pelo que lutar. Mas isso também é um testemunho de que a vida, por mais frágil que seja, é a maior arma contra a escuridão.
E assim, neste dia, não é apenas a angústia que persiste. É também a esperança — a esperança de que, um dia, todos os reféns retornarão, que a paz encontrará seu caminho, e que o grito daquele silêncio de 7 de outubro será finalmente silenciado pela harmonia de uma verdadeira convivência
*Elisa Nigri Griner é diretora voluntária da Fisesp
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