Júlio FurtadoDivulgação
Os resultados de pesquisas e levantamentos contundentes sobre os prejuízos do uso de celulares na escola apontam relações diretas entre os distúrbios do sono e o sono excessivo em sala de aula; entre o aumento dos níveis de ansiedade e depressão em crianças e jovens e a elevação do nível de apatia e desinteresse pelas aulas.
Estudos específicos apontam outras consequências que impactam diretamente a escola como a diminuição da capacidade dos estudantes de interagir e de se comunicar pessoalmente e o aumento das dificuldades no estabelecimento e manutenção de relacionamentos interpessoais saudáveis.
Por fim, o uso excessivo de celulares aumenta a distração e reduz significativamente o tempo dedicado aos estudos. Tudo isso, somado à dificuldade de dinamização metodológica por parte da escola, são fatores cruciais para o declínio constante nas notas escolares.
A experiência de outros países na proibição do uso de celulares na escola tem mostrado ser essa a direção certa. A França proíbe o uso de celulares nas escolas desde 2018 e desde então tem observado uma redução significativa de problemas disciplinares e o aumento do nível de atenção dos alunos em sala de aula. Além disso, observou-se um aumento na produtividade dos estudantes, com um maior foco no aprendizado e na participação nas atividades escolares. No Canadá, medidas semelhantes foram adotadas em algumas províncias e trouxeram resultados positivos como a redução significativa do cyberbullying e o incremento na formação de grupos de estudo nas escolas de Ensino Médio.
O contexto escolar ainda não conseguiu fazer frente à dependência do mundo com relação aos processos digitais e as tentativas da escola de se estabelecer como lugar de resgate dos processos analógicos de aprendizagem tem se mostrado ineficazes já que em grande parte, apenas consegue reforçar a ideia do quanto é enfadonho estudar. Enfim, essa é a escola que temos e para preservar sua relativa eficácia, o celular precisa ser expulso da escola.
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