Julyana SantosDivulgação

A internet parece que virou o nosso sangue, já necessitamos dela para quase tudo, seja para realizar uma ligação, saber que horas são, enviar mensagens ou até para ler as notícias.
Você pode estar se perguntando que estou exagerando, mas não. Repare ao seu redor e veja o quanto no seu dia a dia é necessário utilizar a internet para que os produtos e serviços cheguem até a sua residência ou no seu trabalho, e o resultado disso é uma intensa navegação tecnológica imersiva dentro e fora das nossas mentes e das nossas vidas.
O tempo médio que o brasileiro passa diante dos celulares e notebooks é 9 horas diárias e isso é muito, tanto que o Brasil infelizmente lidera consecutivamente o segundo lugar no ranking segundo os dados do relatório Digital 2024 da DataReportal. Então vamos para as contas, o dia tem 24 horas, usamos uma média de 7 horas para dormir, 8 horas para trabalhar, 2 horas de deslocamento para ir até o local de trabalho, quando é home office esse tempo é gasto com a organização do espaço ou tempo de navegação na internet, e até aqui já se somam um total de 17 horas sobrando 7 horas, e o brasileiro passa em torno de 9 horas na internet seja através dos celulares, tv, tablets e computadores. A conta não fecha. Não fecha para uma vida saudável para o seu humano que veio à Terra para viver, fazer, se melhorar e aí depois morrer.
Uma grande parte das crianças que não estudam no horário integral passam em torno de 5 horas navegando em plataforma de streaming ou jogos, e com os adolescentes esse número ainda é maior chegando a ter uma média de 7 horas diárias segundo a pesquisa da Tic kids online Brasil 2024 que relata como esse tempo é utilizando sendo 71% usam o WhatsApp todos os dias ou quase todos os dias – o índice é de 66% para o YouTube, de 60% para o Instagram e de 50% para o TikTok. E como melhorar a qualidade do ensino dos alunos que navegam por tantas horas nessas redes?
Somente no ano de 2024 o número de pessoas que solicitaram afastamento do trabalho por transtornos mentais somaram mais de 470 mil, isso em apenas no único ano. E isso revela também o aumento do número de pessoas que estão passando por transtornos de ansiedade e de depressão, o que impacta negativamente na qualidade de vida das pessoas que estão sofrendo e das pessoas próximas que convivem com elas. Todos sofrem, e como diminuir este quadro caótico, visto que quanto mais informações desnecessárias entregamos para o cérebro e menos tempo nos socializamos, menos tempo de ócio que é extremamente importante para sermos mais criativos, diminuímos o tempo de lazer e de praticar atividades que nos proporcione bem-estar, mais chances de ficarmos desconectados de nós mesmo, permitindo ficar mais conectado com as máquinas, com a internet, com as redes sociais.
- Antes da limitação do tempo se faz urgente avaliar o que realmente a pessoa deseja fazer da sua vida, decidir o que quer conquistar e mudar. Feito isso ela estará pronta para escolher quanto tempo poderá ficar navegando na internet;
- Distribuir seu tempo para ouvir, ler, ver assuntos, matérias que realmente irão agregar, estimular e aperfeiçoar para assim, poderem conquistar o que decidiram para suas vidas.
A internet não é a vilã desse mal uso que causa tanta hiper conexão e hiperestimulação no nosso cérebro.
Saber aonde quer chegar, se autovalorizar e priorizar a sua vida é a chave para começar a ter uma vida com mais qualidade e fazer valer essa vida aqui na Terra.

Julyana Santos é palestrante sobre o uso consciente de telas digitais e inteligência artificiais,  pedagoga e psicopedagoga