O evento reuniu mais de 200 profissionais da educação durante todo o dia no Teatro Marlice Margarida Ferreira da Cunha, no bairro Pacaembu.Foto/ Divulgação (Prefeitura de Queimados)
Seminário étnico-racial debate afroturismo e ancestralidade na educação de Queimados
Encontro reuniu mais de 200 profissionais da rede municipal em três painéis no Teatro Municipal Metodista
Com o propósito de enriquecer a diversidade étnica, histórica, cultural e social no ambiente escolar por meio de uma abordagem educacional antirracista, a Prefeitura de Queimados, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou nesta terça-feira (14) o V Seminário das Relações Étnico-Raciais. Sob o tema "Afrofuturismo e Ancestralidade: o futuro que desejamos começa agora", o evento reuniu mais de 200 profissionais da educação durante todo o dia no Teatro Marlice Margarida Ferreira da Cunha, no bairro Pacaembu.
O encontro foi dividido em três diferentes painéis. O primeiro falou sobre o tema central do seminário; o segundo, "Afrofuturismo e Ancestralidade: a literatura, narrativas identitárias e afetividade" e "Escola Antirracista: um lugar de felicidades"; e o terceiro painel, "Afrofuturismo e Ancestralidade: Lei 10639/03 - Arte e cultura na escola". Os temas foram abordados por especialistas nas temáticas, entre eles o professor doutor Idemburgo Frazão; a escritora e animadora cultural Eliane Dias; o pedagogo e músico Moisés Machado; e a professora de Artes, Ana Paula Santana. O dia contou com apresentações culturais dos alunos da rede municipal.
Ao palestrar sobre o tema do primeiro painel, o professor doutor Idemburgo entende que o racismo é uma das engrenagens que mais emperram o pleno desenvolvimento de atividades a favor da liberdade. "Conforme o livro 'O Gigolô das Palavras', obra de Luiz Fernando Veríssimo, o racista é aquele que não fala do racismo. Ou seja, as pessoas, infelizmente, têm misturado a questão do racismo com a do território. Portanto, o problema não é ser negro, mas ser negro e pobre, pois é diferente de ser branco e pobre", comentou o professor.
Ao explorar o afrofuturismo, o evento estimulou discussões sobre futuros possíveis e inspiradores para a comunidade afrodescendente, incorporando elementos de ficção científica, tradições ancestrais e inovação. Além disso, o seminário reforça a importância da construção de ambientes educacionais inclusivos, reconhecendo e celebrando a herança africana. Essa abordagem não apenas fortalece a identidade dos estudantes afrodescendentes, mas contribui para a luta antirracista, moldando um futuro educacional mais representativo e respeitoso.
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