Publicado 28/08/2020 13:26 | Atualizado 28/08/2020 18:54
Rio - Em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério Público Federal no Rio (MPF), na manhã desta sexta-feira, promotores e agentes da PolÃcia Federal e da Receita Federal afirmaram que as investigações que deram origem à Operação Tris in Idem, realizada hoje, constatou fortes indÃcios de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel.
"Para nós, foi como se estivéssemos em um túnel do tempo, pois constatamos um esquema muito semelhante ao que levou à prisão dos ex-governadores (Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão): a utilização de escritório de advocacia para lavar recursos públicos sem qualquer prestação de serviço e para pagamento de propina a polÃticos. Outra semelhança foi a atuação de doleiros no Uruguai. O esquema é o mesmo, só mudou os personagens", destacou o procurador da República Eduardo El Hage.
Ainda segundo o procurador, durante as investigações, foram identificados depósitos para o escritório de advocacia da primeira-dama por quatro empresas, três delas do empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito, realizada no dia 14 de maio. Uma das provas são trocas de e-mails entre o governador Wilson Witzel (PSC) e a esposa com contratos de fachada.
Na denúncia enviada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o afastamento de Witzel, o MPF apontou que os valores pagos ao escritório de advocacia por essas empresas somaram R$ 554.236,50, entre 13 de agosto do ano passado e 19 de maio deste ano.
"Dada a gravidade do que constatamos ser um esquema que se repete no Estado do Rio, é algo inadmissÃvel, e por isso chegamos a pedir a prisão preventiva de Wilson Witzel. O STF entendeu pelo afastamento do cargo", contou El Hage.
Já o procurador da República Galtienio da Cruz Paulino afirmou que foram encontrados indÃcios de propina paga a Witzel durante o perÃodo em que ele ainda era candidato ao governo do estado, em 2018.
"Dada a gravidade do que constatamos ser um esquema que se repete no Estado do Rio, é algo inadmissÃvel, e por isso chegamos a pedir a prisão preventiva de Wilson Witzel. O STF entendeu pelo afastamento do cargo", contou El Hage.
Já o procurador da República Galtienio da Cruz Paulino afirmou que foram encontrados indÃcios de propina paga a Witzel durante o perÃodo em que ele ainda era candidato ao governo do estado, em 2018.
LEIA MAIS:Â PolÃticos reagem ao afastamento de Wilson Witzel do governo do estado
A operação de hoje cumpriu 89 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão – onde 3 de alvos que já se encontravam presos. Restaram três mandados em aberto. As ações acontecem no Rio, em outros seis estados, no Distrito Feral e também no Uruguai.
"Não há nenhum viés polÃtico em nossa atuação, pois reunimos uma quantidade muito extensa de provas robustas, após as operações anterior, Placebo e Favorita", reforçou El Hage. "Hoje, é um dia triste na história do Rio, com o afastamento do terceiro governador do Rio devido ao esquema de corrupção entranhado na administração", lamentou.
A operação de hoje cumpriu 89 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão – onde 3 de alvos que já se encontravam presos. Restaram três mandados em aberto. As ações acontecem no Rio, em outros seis estados, no Distrito Feral e também no Uruguai.
"Não há nenhum viés polÃtico em nossa atuação, pois reunimos uma quantidade muito extensa de provas robustas, após as operações anterior, Placebo e Favorita", reforçou El Hage. "Hoje, é um dia triste na história do Rio, com o afastamento do terceiro governador do Rio devido ao esquema de corrupção entranhado na administração", lamentou.
A delação premiada que o ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos firmou com a Procuradoria-Geral da República (PGR) serviu de base para a Operação Tris in Idem. O acordo foi firmado após a Operação Placebo, realizada no dia 26 de maio, e, segundo os promotores, deu condições para que eles seguissem com as investigações e reunissem provas sobre as suspeitas.
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