Publicado 31/08/2020 08:56 | Atualizado 31/08/2020 10:13
Porto Alegre - O homem apontado como operador financeiro do Pastor Everaldo (PSC) se entregou à Polícia Federal, no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, neste domingo. Assim como o então presidente nacional do PSC, Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso foi um dos procurados da Operação Tris in Idem, que a PF realizou na sexta-feira.
O nome Victor Hugo é citado 60 vezes na representação do Ministério Público Federal (MPF) que detalhou o suposto esquema de loteamento de contratos e cargos na gestão do governador afastado Wilson Witzel (PSC).
No documento de 403 páginas, tornado público na sexta-feira, os investigadores detalham as suspeitas que recaem sobre Barroso. Ele é apontado como operador financeiro de Pastor Everaldo Pereira, que por sua vez é acusado de chefiar um dos três grupos ocultos instalados na máquina pública para desviar recursos e se beneficiar sistematicamente de contratações irregulares do governo Witzel.
De acordo com a investigação, o grupo gerenciava o orçamento estadual reservado à Saúde e indicou o ex-secretário da pasta e hoje delator, Edmar Santos, e o antigo "número dois" da secretaria, Gabriell Neves, para garantir o controle de pagamentos e contratações.
No documento de 403 páginas, tornado público na sexta-feira, os investigadores detalham as suspeitas que recaem sobre Barroso. Ele é apontado como operador financeiro de Pastor Everaldo Pereira, que por sua vez é acusado de chefiar um dos três grupos ocultos instalados na máquina pública para desviar recursos e se beneficiar sistematicamente de contratações irregulares do governo Witzel.
De acordo com a investigação, o grupo gerenciava o orçamento estadual reservado à Saúde e indicou o ex-secretário da pasta e hoje delator, Edmar Santos, e o antigo "número dois" da secretaria, Gabriell Neves, para garantir o controle de pagamentos e contratações.
LEIA MAIS: Alerj deve votar o impeachment de Witzel em duas semanas
Os procuradores suspeitam que caberia a Barroso cooptar agentes públicos e privados, indicar as organizações sociais que deveriam ser contratadas pelo governo e cuidar da contabilidade dos desvios. Para isso, teria sido montado um "sistema financeiro paralelo".
"Victor Hugo Barroso criou uma complexa organização de pessoas jurídicas, que indicam a estruturação de "camadas" de ocultação de valores, também típica de lavagem de dinheiro, onde as transações financeiras se misturam, dificultando a rastreabilidade", diz o Ministério Público Federal na representação.
Nesta etapa de lavagem de dinheiro, o grupo usaria a transportadora de valores Fênixx, constituída por Barroso em sociedade com o secretário de Cidades, Juarez Fialho, para guardar os valores desviados em carros-forte, repetindo o sistema usado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Além disso, as offshores Tremezzo S/A, Firbank Croporation e South America Properties LLC, registradas em nome do operador, de sua mãe e irmã no Uruguai, serviriam para remessas de dinheiro ao exterior.
Os procuradores suspeitam que caberia a Barroso cooptar agentes públicos e privados, indicar as organizações sociais que deveriam ser contratadas pelo governo e cuidar da contabilidade dos desvios. Para isso, teria sido montado um "sistema financeiro paralelo".
"Victor Hugo Barroso criou uma complexa organização de pessoas jurídicas, que indicam a estruturação de "camadas" de ocultação de valores, também típica de lavagem de dinheiro, onde as transações financeiras se misturam, dificultando a rastreabilidade", diz o Ministério Público Federal na representação.
Nesta etapa de lavagem de dinheiro, o grupo usaria a transportadora de valores Fênixx, constituída por Barroso em sociedade com o secretário de Cidades, Juarez Fialho, para guardar os valores desviados em carros-forte, repetindo o sistema usado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Além disso, as offshores Tremezzo S/A, Firbank Croporation e South America Properties LLC, registradas em nome do operador, de sua mãe e irmã no Uruguai, serviriam para remessas de dinheiro ao exterior.
LEIA MAIS: Cláudio Castro programa ida a Brasília essa semana para negociar recuperação fiscal
Em delação premiada, Edmar Santos contou ainda que Barroso fornecia cartões de crédito em nome de terceiros para que os integrantes da organização criminosa pudessem saldar despesas pessoais e vetava celulares em reuniões para tratar do esquema.
Em troca dos serviços, o suposto operador receberia 15% da "caixinha" abastecida pelos lucros obtidos com as fraudes nas contratações.
Defesas
Em delação premiada, Edmar Santos contou ainda que Barroso fornecia cartões de crédito em nome de terceiros para que os integrantes da organização criminosa pudessem saldar despesas pessoais e vetava celulares em reuniões para tratar do esquema.
Em troca dos serviços, o suposto operador receberia 15% da "caixinha" abastecida pelos lucros obtidos com as fraudes nas contratações.
Defesas
Em nota na sexta-feira, a defesa do governador afastado disse que "Wilson Witzel recebe com grande surpresa a decisão, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade. Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis". Em pronunciamento na sexta, o governador afastado se disse "indignado" e "vítima de perseguição política".
Pastor Everaldo informou em nota, também na sexta, que, "no dia 19 de agosto, encaminhou petição ao STJ solicitando para ser ouvido". Diz ainda que, na "sexta-feira, foi surpreendido com sua prisão e com a busca e apreensão realizadas em seus endereços. Após ser preso, o Pastor Everaldo pediu para ser ouvido ainda na sexta. "O depoimento, no entanto, só deve acontecer na próxima segunda-feira, dia 31. O Pastor Everaldo reitera sua confiança na Justiça", finaliza a nota.
A defesa do secretário Juarez Fialho também sem manifestou: "Juarez Fialho esteve na iniciativa privada até novembro de 2018 Ao ser convidado para trabalhar no Governo do Estado, se desligou de toda e qualquer atividade privada para se dedicar exclusivamente ao serviço público. Sendo assim, não possui qualquer vínculo com as empresas citadas".
O PSC também se manifestou na sexta e informou que o "ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional do PSC, assume provisoriamente a presidência da legenda. O calendário eleitoral do partido nos municípios segue sem alteração. O PSC reitera que confia na Justiça e no amplo direito de defesa de todos os cidadãos. O Pastor Everaldo sempre esteve à disposição de todas as autoridades, assim como o governador Wilson Witzel".
Pastor Everaldo informou em nota, também na sexta, que, "no dia 19 de agosto, encaminhou petição ao STJ solicitando para ser ouvido". Diz ainda que, na "sexta-feira, foi surpreendido com sua prisão e com a busca e apreensão realizadas em seus endereços. Após ser preso, o Pastor Everaldo pediu para ser ouvido ainda na sexta. "O depoimento, no entanto, só deve acontecer na próxima segunda-feira, dia 31. O Pastor Everaldo reitera sua confiança na Justiça", finaliza a nota.
A defesa do secretário Juarez Fialho também sem manifestou: "Juarez Fialho esteve na iniciativa privada até novembro de 2018 Ao ser convidado para trabalhar no Governo do Estado, se desligou de toda e qualquer atividade privada para se dedicar exclusivamente ao serviço público. Sendo assim, não possui qualquer vínculo com as empresas citadas".
O PSC também se manifestou na sexta e informou que o "ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional do PSC, assume provisoriamente a presidência da legenda. O calendário eleitoral do partido nos municípios segue sem alteração. O PSC reitera que confia na Justiça e no amplo direito de defesa de todos os cidadãos. O Pastor Everaldo sempre esteve à disposição de todas as autoridades, assim como o governador Wilson Witzel".
A reportagem tenta contato com Victor Hugo Barroso.
Comentários