Pastor Everaldo é preso em operação da Lava Jato contra cúpula do governo do Rio
Presidente do PSC apoiou a candidatura de Witzel e dispunha de espaço no governo, tendo realizado diversas nomeações
Rio - O presidente do PSC , Pastor Everaldo, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, em uma operação que mira um esquema de desvio na saúde. O governador Wilson Witzel foi denunciado pelo Ministério Público como líder do grupo e afastado do governo nesta sexta-feira.
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Pastor Everaldo, que já foi candidato à presidência da República, em 2014, apoiou a candidatura de Witzel e dispunha de espaço no governo, tendo realizado diversas nomeações. Ele também foi responsável por batizar Bolsonaro, no rio Jordão, em Israel, no dia 12 de maio de 2016. O ex-secretário de Saúde de Witzel Edmar Santos disse em sua delação que o pastor controlava e pressionava por contratações na pasta da Saúde.
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O PSC informa que o ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional do PSC, assume provisoriamente a presidência da legenda. O calendário eleitoral do partido nos municípios segue sem alteração. O PSC reitera que confia na Justiça e no amplo direito de defesa de todos os cidadãos. "O Pastor Everaldo sempre esteve à disposição de todas as autoridades, assim como o governador Wilson Witzel", diz em nota.
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Procuradores do Ministério Público Federal (MPF), policiais federais e auditores da Receita Federal cumpriram diversos mandados de prisão e de busca e apreensão em endereços ligados aos principais nomes do governo do estado do Rio de Janeiro. Entre os alvos estavam o governador, o vice-governador Cláudio Castro (PSC) e o presidente da Assembleia Legislativa do estado, André Ceciliano (PT). As diligências foram autorizadas pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves. A medida tem validade inicial de 180 dias.
A operação, batizada de Tris in Idem, é desdobramento da Operação Placebo, que investiga corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense. O nome da operação é uma referência ao fato de se tratar do terceiro governador do estado que se utiliza de esquemas ilícitos semelhantes para obter vantagens indevidas.
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Segundo apurado pelos investigadores, a partir da eleição de Wilson Witzel, estruturou-se no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. Liderados por empresários, esses grupos lotearam algumas das principais pastas estaduais – a exemplo da Secretaria de Saúde – para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas.
No total, foram cumpridos 89 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão – onde 3 de alvos que já se encontravam presos. Restaram três mandados em aberto. Além dessas medidas, em outro inquérito, o também ministro do STJ Jorge Mussi autorizou o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão no estado do Piauí, objetivando coletar provas sobre suposto esquema de nomeação de funcionários fantasmas no governo fluminense para desvio de dinheiro público.