MPF vê semelhanças entre esquema de Witzel e o de Cabral e Pezão
Promotores apontam uso de escritório de advocacia para lavar dinheiro e atuação de doleiros do Uruguai em comum entre as duas organizações
Por Bernardo Costa
Rio - Em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério Público Federal no Rio (MPF), na manhã desta sexta-feira, promotores e agentes da Polícia Federal e da Receita Federal afirmaram que as investigações que deram origem à Operação Tris in Idem, realizada hoje, constatou fortes indícios de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel.
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Wilson Witzel durante pronunciamento nesta sexta-feira
Cléber Mendes / Agência O Dia
Wilson Witzel durante pronunciamento nesta sexta-feira
Cléber Mendes / Agência O Dia
Wilson Witzel durante pronunciamento nesta sexta-feira
Cléber Mendes / Agência O Dia
Witzel fez um pronunciamento para se defender das acusações
Cléber Mendes / Agência O DIA
Policiais estiveram no Palácio Laranjeiras para cumprir mandados de busca e apreensão
Cléber Mendes / Agência O DIA
Witzel fez um pronunciamento para se defender das acusações
Cléber Mendes / Agência O DIA
Coletiva sobre a operação aconteceu no fim da manhã
Estefan Radovicz / Agência O DIA
A primeira-dama, Helena Witzel
Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Primeira-dama Helena Witzel é investigada pagamentos feitos por empresas ligadas ao empresário Mário Peixoto
Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Helena Witzel e Wilson Witzel
Reprodução
Helena Witzel e Wilson Witzel juntos.
Reprodução
Wilson e Helena Witzel
Alexandre Brum / Agência O Dia
"Para nós, foi como se estivéssemos em um túnel do tempo, pois constatamos um esquema muito semelhante ao que levou à prisão dos ex-governadores (Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão): a utilização de escritório de advocacia para lavar recursos públicos sem qualquer prestação de serviço e para pagamento de propina a políticos. Outra semelhança foi a atuação de doleiros no Uruguai. O esquema é o mesmo, só mudou os personagens", destacou o procurador da República Eduardo El Hage.
"Dada a gravidade do que constatamos ser um esquema que se repete no Estado do Rio, é algo inadmissível, e por isso chegamos a pedir a prisão preventiva de Wilson Witzel. O STF entendeu pelo afastamento do cargo", contou El Hage.
Já o procurador da República Galtienio da Cruz Paulino afirmou que foram encontrados indícios de propina paga a Witzel durante o período em que ele ainda era candidato ao governo do estado, em 2018.
A operação de hoje cumpriu 89 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão – onde 3 de alvos que já se encontravam presos. Restaram três mandados em aberto. As ações acontecem no Rio, em outros seis estados, no Distrito Feral e também no Uruguai.
"Não há nenhum viés político em nossa atuação, pois reunimos uma quantidade muito extensa de provas robustas, após as operações anterior, Placebo e Favorita", reforçou El Hage. "Hoje, é um dia triste na história do Rio, com o afastamento do terceiro governador do Rio devido ao esquema de corrupção entranhado na administração", lamentou.