Publicado 18/04/2021 17:24 | Atualizado 18/04/2021 18:58
Rio - Uma análise no celular de Monique Medeiros mostrou que a professora pretendia instalar uma câmera de monitoramento no apartamento em que vivia com o vereador Dr. Jarinho e o filho Henry, de 4 anos, morto no dia 8 de março deste ano. A informação, obtida pelo O Globo, foi encontrada no bloco de notas do celular da professora durante as investigações da Polícia Civil. O casal segue em prisão temporária e é investigado pelo crime.
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De acordo com as investigações, Monique escreveu sobre os planos de instalar o equipamento às 2h46 de 30 de novembro de 2020. A nota encontrada no celular diz: "Colocação de câmera dentro de casa assistindo do celular". Uma câmera foi encontrada durante uma perícia complementar realizada no apartamento, em 29 de março. Os agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) encontraram o eletrônico dentro de uma caixa no quarto de Henry. Monique também havia citado, em uma conversa com a babá Thayná de Oliveira, que pretendia fazer a instalação, mas que Jairinho não poderia descobrir.
A cabeleireira que atendeu a professora no dia 12 de fevereiro prestou depoimento na 16ªDP (Barra da Tijuca). Segundo ela, Monique e Henry conversavam e o menino estava chorando e perguntando se atrapalhava a mãe. Logo depois ela e Jairo tiveram uma briga em que ela dizia ao vereador para não falar ao filho que ele a atrapalhava. A criança também pedia à mãe que voltasse para casa.
Ainda segundo a profissional do salão, Monique estaria agitada e logo após fazer as unhas entrou em uma chamada em que defendia a babá, afirmando que não permitira que Dr. Jairinho a demitisse. "Você não vai mandar ela embora, porque se ela for embora eu vou junto. Ela cuida muito bem do meu filho e não fez fofoca nenhuma. Quem me contou foi ele" disse. A cabelereira também disse que a babá filmou Henry mancando. Ao ver as imagens, a mãe do menino perguntou o que havia acontecido e porque a porta estava trancada com Jairinho e o filho no quarto.
A funcionária do salão disse que Monique estava exaltada no telefone e por isso todos conseguiam ouvir a conversa. Durante um dos diálogos com Jairinho ela respondeu “quebra, pode quebrar tudo. Você já está acostumado a fazer isso.”
Depois de desligar o telefone a professora perguntou a cabeleireira onde poderia encontrar um lugar que vendesse câmeras no shopping e foi informada sobre uma loja de eletrodomésticos. A câmera não instalada, encontrada em uma estante onde Henry dormir é conhecida como lâmpada espiã.
A perícia no apartamento da família contou com o trabalho de agentes da 16ª DP e peritos dos institutos de Criminalística Carlos Éboli e Médico Legal. O equipamento é utilizado para monitorar ambientes com uma câmera sem fio, microfone, alto-falante e sensor de presença e pode filmar até três dias ininterruptamente e enviando as imagens, em tempo real, a um aplicativo instalado no celular.
Defesa de Monique
A defesa de Monique alega que ela era mais uma vitima do vereador Dr. Jairinho (sem partido), que é acusado de violência física contra a ex-mulher e outras duas ex-namoradas. Os advogados da professores pedem que ela preste novo depoimento à polícia e conte toda a sua versão sobre o relacionamento com o parlamentar, mas não entraram em detalhes se ela agredida ou não. A Polícia Civil vai definir, nesta segunda, se convocará Monique será para novo depoimento.
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