Policia - Operação no Jacarezinho deixa 28 mortosReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por O Dia
Publicado 11/05/2021 14:50
Rio - Três presos na operação do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, afirmaram em audiência de custódia que sofreram uma série de agressões por policiais civis após serem detidos na ação. Patrick Marcelo da Silva Francisco, de 20 anos, e Max Arthur Vasconcellos de Souza, 26 anos, relataram que foram agredidos pelos agentes com socos, chutes, pisões e golpes de fuzis. O preso Vinicius Pereira da Silva, de 25 anos, relatou as mesmas agressões, exceto os golpes de fuzis. Todos os suspeitos disseram que as agressões deixaram marcas em seus corpos. 
A Polícia Civil nega a versão dos presos e diz que o caso será apurado na investigação. O exame de corpo e delito foi realizado nos três presos, todos com antecedentes criminais. Patrick Marcelo já havia sido preso por furto e Max Arthur e Vinicius Pereira possuem passagens na polícia pelo crime de tráfico de drogas. De acordo com o relatório disponibilizado pelo Ministério Público, os policiais relataram com foram apreendidos com os três suspeitos três rádios comunicadores. uma bolsa com farta quantidade de drogas, uma balança e dois cadernos com anotações do tráfico local, informações pertencentes ao Comando Vermelho, facção que domina a região.
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Ao final da audiência de custódia, o juiz Antônio Luiz da Fonseca Lucchese negou o pedido de soltura dos presos e converteu as prisões em flagrantes em prisão preventiva. O magistrado também solicitou uma expedição de ofício à Promotoria de Investigação Penal com atribuição para apurar os relatos de agressões. Um novo pedido de exames de integridade física foi acatado pelo juiz, a pedido da defesa dos presos.
MPRJ cria força-tarefa para investigar ação policial no Jacarezinho
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) criou na manhã desta terça-feira uma força-tarefa para investigar a ação da polícia durante a operação do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, que matou 28 pessoas, entre elas um policial civil. A força-tarefa, que será coordenada pelo promotor André Luis Cardoso, tem prazo de quatro meses, segundo o procurador-geral Luciano Mattos.
O promotor André Cardoso, coordenador da força-tarefa, disse que a investigação está em fase embrionária e que não teve acesso aos laudos técnicos da operação. O coordenador da força-tarefa disse que vai apurar as denúncias de execução. Cardoso disse que ainda não tem a relação de nomes de policiais que participaram da ação. "Requisitei os autos de apreensão das armas e os nomes das equipes para estudar a necessidade de se recolher as armas. Preciso conhecer as equipes", afirmou. André acrescentou que se houver necessidade, policiais podem ser chamados para prestar depoimento.
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Relatos de excesso das forças de segurança
Em um áudio divulgado pelo RJTV 1, da TV Globo, um morador relatou que policiais estariam tomando uma postura bastante agressiva e, em alguns casos, até pegando telefones de moradores para verificar se estavam enviando mensagem com informações para traficantes. "Estão pegando telefone, agredindo morador e fazendo agressão", disse uma testemunha.
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Um registro de ocorrência sobre a operação da Polícia Civil no Jacarezinho mostra que 24 dos 27 corpos de suspeitos foram removidos da comunidade sem perícia. No fim do sábado (8), quatro dos seis homens presos no local falaram em depoimento que foram obrigados a levar corpos de suspeitos mortos para dentro de blindados da Polícia Civil. Os suspeitos disseram também que foram submetidos a agressões.
Em nota, a Polícia Civil esclareceu que o fato de criminosos chegarem mortos à unidade hospitalar não quer dizer que não foram resgatados com vida. "As mortes podem ter acontecido no caminho ou na entrada ao hospital", disse. Em um vídeo enviado ao DIA, um dos suspeitos é visto na caçamba de um veículo da Civil ainda com vida.
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Questionada sobre a perícia de local sem os corpos, a Civil disse ser possível dar prosseguimento. "É possível sim a realização sem os corpos. As circunstâncias de eventuais socorros para encaminhamento à unidade hospitalar e da retirada de corpos do cenário serão esclarecidas durante a investigação policial que está em andamento e sendo acompanhada pelo Ministério Público", finalizou a Civil.
 
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