Cauã era faixa laranja de Jiu-jitsu, praticava luta-livre e tinha o sonho de seguir carreira no Exército fotos de Reginaldo Pimenta
Publicado 11/04/2022 16:01
Rio - Familiares de Cauã da Silva Santos, de 17 anos, irão à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na manhã desta terça-feira (12), para se reunirem com a Comissão de Direitos Humanos, às 11h. A informação foi confirmada pelo tio da vítima, Thiago Velasco, nesta segunda-feira (11). O adolescente foi morto na noite da última segunda-feira (4), após ser baleado e atirado em um valão na comunidade do Dourado, em Cordovil, na Zona Norte do Rio. 
"A gente espera justiça. Nós vamos para lá para lograr êxito na justiça e contar com Deus na frente sempre. Contar que Deus toque o coração dos deputados, que os deputados consigam lograr visão ao nosso favor. E, também, que a parte do governo que corresponde ao governador Cláudio Castro, consiga também ter uma visão voltada para a justiça que essa família merece", declarou o tio da vítima. 
A família acusa a Polícia Militar de ter dado um tiro no peito do adolescente e o jogado em um valão. O jovem foi socorrido por moradores da comunidade, mas chegou ao Hospital Estadual Getúlio Vargas sem vida. Em nota, a PM afirmou que "os policiais envolvidos na ação já foram ouvidos pela Delegacia de Homicídios da Capital e pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM)" e que "as armas da equipe já foram apresentadas à perícia da Polícia Civil e os militares estão afastados do serviço nas ruas."
A perícia descobriu que Cauã morreu de anemia, por conta do tempo que ficou sangrando, após ser baleado com um único tiro. Depois de ser atingido, ele levou entre cinco e dez minutos para morrer. No corpo do jovem, foi encontrado um fragmento de projétil de fuzil na cavidade pleural esquerda, na caixa torácica. A bala ricocheteou e atingiu o adolescente no coração. Ao longo da semana, familiares e testemunhas do crime prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
As investigações continuam para descobrir a origem do disparo que matou o adolescente. Neste domingo (10), o jovem teria disputado o Campeonato Mundial de Grappling, no velódromo da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Cauã era faixa laranja de Jiu-jitsu, praticava luta-livre e tinha o sonho de seguir carreira no Exército. A vítima foi homenageada pelos colegas do projeto social #VemCer que participaram da disputa e levaram um banner com sua foto. 

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