Um banner de Cauã da Silva Santos foi colocado na arquibancada do velódromo na Barra da TijucaArquivo Pessoal
Jovem morto em Cordovil recebe homenagem no velódromo da Barra da Tijuca
Emocionados, familiares e amigos de Cauã da Silva Santos, de 17 anos, fazem oração e colocam banner em arquibancada
Rio - O jovem Cauã da Silva Santos, de 17 anos, lutaria neste domingo (10) no Campeonato Mundial de Grappling, no velódromo da Barra da Tijuca. Faixa laranja de Jiu-jitsu, Cauã praticava luta livre e disputaria na sua categoria (16/17anos). O rapaz, porém, não foi à competição. Morto após ser baleado e jogado em um valão, na noite da última segunda-feira (4), durante ação da Polícia Militar, em Cordovil, Cauã foi homenageado por familiares e amigos no velódromo.
Com as mãos dadas, parentes e amigos do rapaz fizeram uma oração do Pai Nosso e estenderam um banner com as fotos dele e a frase “Estará sempre em nossos corações” na arquibancada do velódromo. Os pais do rapaz, Jorge Willian Soares e Cláudia Camargo, também estiveram presentes. A mãe chorou muito durante a homenagem do projeto social #VemCer, afiliado do Centro Esportivo Resgate, da comunidade do Dourado, onde Cauã morava, em Cordovil.
De acordo com o presidente da associação de moradores do Dourado, que é também tio de Cauã e um dos responsáveis pelo #VemCer, Thiago Velasco, uma outra oração foi realizada pela comunidade no ônibus que seguia para o campeonato. Outros jovens do projeto também disputaram o campeonato neste domingo.
“A família está destruída. A avó, a bisa, as mães e a tia estão abaladas e até com depressão. A minha esposa, que era tia de sangue dele, fica deitada abraçada com uma camisa, que tem a foto dele, chorando o tempo todo. A bisa teve três paradas cardíacas quando soube da morte e precisou ser internada”, conta Velasco.
Encontro com Direitos Humanos
Conforme Velasco, nesta terça-feira(12), ele e outros familiares do adolescente vão se reunir na Assembleia Legislativa do Rio com membros da Comissão de Direitos Humanos.“ O Cauã vive e está em nossos corações. Queremos Justiça. Não podemos deixar que a morte dele caia no esquecimento. As investigações estão em andamento. Algumas pessoas já foram ouvidas”, conta Velasco.
Cauã foi morto quando havia acabado de sair de um evento do projeto #Vemcer, que promove esporte por meio de lutas para jovens, e que acontecia na associação demoradores. Relatos de vizinhos contaram que os PMs chegaram atirando, o que provocou correria. Cauã, que estava com amigos, foi baleado e teve seu corpojogado em um valão que fica perto da associação. Ele foi resgatado por amigos elevado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu.
Procurada pelo Dia, a Polícia Civil ainda não informou sobre o andamento das investigações sobre a morte do rapaz.
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