O corpo de Yasmin, de 8 anos, vítima de um deslizamento de terra na comunidade caiçara da Ponta Negra, em Paraty, foi enterrado neste domingo Reprodução
Corpo de menina vítima de deslizamento em Paraty é enterrado
"Era o que todos nós esperávamos um enterro digno", diz presidente de associação de moradores
Rio - Sob forte emoção, o corpo de Yasmin, de 8 anos, vítima de um deslizamento de terra na comunidade caiçara da Ponta Negra, em Paraty, foi enterrado neste domingo (10). Sete pessoas da mesma família morreram no local depois das fortes chuvas no último sábado. Depois de oito dias de buscas, o corpo da menina foi encontrado neste sábado (9) pelo Corpo de Bombeiros.
Yasmin foi a última vítima que estava desaparecida na comunidade de Ponta Negra. Ela vivia com a mãe Lucimar e seus irmãos em uma casa de pau a pique. Depois do sepultamento, o primo de Lucimar, Edimar Souza, fez um desabafo em rede social:
“Era o que todos nós esperávamos um enterro digno. Descanse em paz minha anjinha. Que Papai do Céu te Receba de braços abertos, vou sentir muita falta”, escreveu Souza.
Presidente da associação de moradores de Ponta Negra, Cauê Villela, acompanhou o enterro da menina neste domingo no Cemitério Municipal de Paraty. Segundo ele, no momento da despedida, foi rezado um Pai Nosso. “Agora, as energias estão na melhora do nosso menino Dorqueu (único sobrevivente dos irmãos de Yasmin) e na reconstrução da área, poderia, talvez, ser um heliporto para resgate em emergências. Aquela área vai ser abandonada”, sugere Villela que explica: “Traria uma segurança extra à comunidade que só é basicamente acessada via marítima, mas com o mar revolto é quase impossível".
O menino Dorqueu Campos dos Santos, 12 anos, único sobrevivente da família, segue internado no CTI Pediátrico do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com a prefeitura do município, o seu quadro clínico geral continua gravíssimo e dependente de ventilação mecânica.
Medo de novos deslizamentos
Conforme Villela, a comunidade caiçara ainda teme deslizamentos provocados por novas chuvas. O medo é devido as pedras soltas no cume da montanha e a mudança do rio, que passava pela cachoeira. O leito do rio foi mudado para dentro da comunidade.
A Prefeitura de Paraty informou que comprou duas mini escavadeiras que foram transportadas em um helicóptero da Força Aérea Brasileira até a comunidade. Os equipamentos serão utilizados em uma operação para trabalhar na reversão do curso do rio modificado pelas chuvas. A primeira mini escavadeira foi levada nesta sexta-feira (8) e a segunda neste sábado (9). "Esse seráo trabalho prioritário na comunidade agora", diz nota da prefeitura.
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