Tarcísio de Freitas elogiou, para Paes, trabalho realizado no RioMarcos Porto
Eduardo Paes recebe governador de São Paulo no Centro de Operações Rio
Prefeito apresentou ao governador de São Paulo o espaço, que é referência em resiliência na América Latina para minimizar ocorrências de grande impacto na cidade
Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, recebeu a visita do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, neste sábado (04), no Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova. O prefeito apresentou o funcionamento do equipamento público, que é referência em resiliência na América Latina para minimizar ocorrências de grande impacto na rotina da cidade. A visita foi acompanhada pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, e pelos secretários municipais da Casa Civil, Eduardo Cavaliere, e de Esportes, Guilherme Schleder. O litoral norte de São Paulo sofreu grandes impactos com os recentes temporais na região.
"O COR já é uma referência internacional. O que temos aprendido é que esse lugar salva vidas. Os sistemas implantados aqui ajudaram a mudar a realidade da cidade quando acontecem esses grandes eventos. Se eu pudesse dar duas sugestões nacionais, uma é a mudança de cultura. Não podemos achar normal as pessoas se deslocarem durante uma tempestade e todo mundo reclamar que não está dando para passar com a cidade toda alagada", disse o prefeito Eduardo Paes.
"O segundo ponto é que precisamos ter credibilidade na previsão meteorológica. O Brasil precisa apostar e investir no seu sistema de previsão meteorológica. Nos países do primeiro mundo, a população sabe onde vai cair a neve, onde vai cair a chuva dali a 10 dias. Investir em satélites, em modelos matemáticos que permitam uma previsão mais apurada é fundamental", completou.
O governador Tarcísio de Freitas conheceu a Sala de Situação do Centro de Operações Rio, local de tomada de decisão pelos operadores, em caso de ocorrências na cidade. Ele elogiou a estrutura do equipamento carioca.
"Tenho muitas lições aprendidas aqui, muita coisa boa que foi feita, que está tornando a cidade do Rio de Janeiro uma das mais resilientes do mundo. É uma cidade que realmente se preparou para esses eventos climáticos adversos e a gente tem que importar algumas dessas boas medidas para São Paulo. Vamos trazer para cá o nosso pessoal da Defesa Civil para um intercâmbio, aprender sobre o sistema de sirenes e sobre protocolos que já existem aqui no Rio", disse Tarcísio.
"Para mim, está sendo uma visita muito proveitosa, acho que o Rio se estruturou muito bem ao longo dos últimos anos e aquilo que é bom vamos importar, que assim a gente ganha tempo", finalizou o governador de São Paulo.
Tarcísio de Freitas disse ainda que pretende ampliar o atual Centro de Operações de São Paulo e comprar radares meteorológicos e contratar meteorologistas para aumentar a eficácia das previsões.
"A gente já tem um centro de operações, mas ele é modesto. Eu entendo que a gente pode crescer, ampliar. Eu estava conversando aqui com o Eduardo sobre a necessidade da gente investir em radares. Ampliar rede de radares é muito interessante. A gente vai trazendo aí uma interceptação dos sistemas com radares, que às vezes tem uma abrangência de 400km, então informação que eu vou captar em São Paulo vai ser útil para o Rio e vice-versa. A gente vai comprar radares para o litoral, porque hoje os nossos radares em São Paulo estão basicamente no planalto. Então a gente vai fazer esse investimento, vamos ampliar o nosso centro, contratar mais meteorologistas, pra gente aumentar a eficácia das nossa previsões, afirmou.
Sobre a questão da educação da população, o prefeito da capital paulista acredita que a eficácia do sistema de alerta está muito ligada a eficácia da previsão do tempo que é feita. "Se você vai emitindo alerta e nada acontece a população vai caindo no descrédito. Então eu acho que a gente tem que melhorar a qualidade das previsões e ao mesmo tempo dotar a cidade de tecnologia de alerta usar telefonia também, usar sistema de sirenes e treinar a população", explicou Tarcísio.
Inaugurado em 31 de dezembro de 2010, o COR foi estruturado com o objetivo de antecipar soluções e minimizar ocorrências de grande impacto na cidade, como chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito. O complexo usa tecnologia de ponta para receber e analisar as informações em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana.
"Para nós, é sempre motivo de satisfação apresentar o nosso Centro de Operações e Resiliência Rio. Queremos compartilhar conhecimento para que cada cidade do país conte com um equipamento como o COR, capaz de auxiliar os gestores públicos na tomada de decisão durante fenômenos naturais, mas também capaz de trabalhar com a cultura da prevenção", afirmou o chefe executivo do COR, Marcus Belchior.
O projeto, pioneiro na América Latina, integra 30 órgãos públicos e concessionárias, cujos serviços afetam diretamente a rotina da cidade do Rio de Janeiro. Entre eles, estão o Sistema Alerta Rio, Centro Integrado de Mobilidade Urbana (CIMU), CET-Rio, Rioluz, Comlurb, Geo-Rio e Guarda Municipal (GM), além das secretarias municipais de Assistência Social, Conservação, Saúde e Educação.
A Defesa Civil Municipal é outro importante integrante do COR. O órgão é responsável pela operação do Sistema de Alerta e Alarme Sonoro das comunidades. São 162 sirenes instaladas em 103 áreas de alto risco geológico. Os equipamentos começaram a ser implantados em 2011 e a primeira localidade a receber a sirene foi o Morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio.
O Centro de Operações Rio passou por um processo de expansão no fim de 2022. Desde então, técnicos fazem uso do maior videowall com 104m² e uma abrangência significativa das áreas do município. O COR conta com 500 profissionais em três turnos, 24 horas por dia, monitorando as imagens geradas por mais de 2.500 câmeras espalhadas pela cidade.
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