Veículo blindado na porta do hospital Estadual Alberto Torres, São Gonçalo, após operação no Complexo do SalgueiroArquivo/Cleber Mendes/Agência O Dia

Rio - Após a operação que deixou 13 suspeitos mortos, dois presos, sendo um baleado e duas moradoras feridas no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, nesta quinta-feira (23), a Secretaria de Educação do município informou que as aulas nas escolas da localidade estão suspensas nesta sexta-feira (24). Durante a ação da polícia, alunos tiveram que ficar muito além do horário nos colégios por medida de segurança.
Segundo a Prefeitura de São Gonçalo, mais de 1.800 alunos foram afetados. Dentre as escolas fechadas estão: Escola Municipal João Aires Saldanha; Escola Municipal Marinheiro Marcílio Dias; Escola Estadual Municipalizada Professora Niuma Goulart Brandão; Escola Municipal Willian Antunes de Souza; Escola Municipal Salgado Filho;Umei Natalina Muniz de Oliveira e Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação o Ciep 248 - Prof. Túlio Rodrigues Perlingeiro e o CE Armando Goncalves, ambos no bairro Salgueiro, também não abriram na manhã desta sexta-feira (24). Os dados sobre o número de alunos sem aula não foram divulgados. Nesta quinta (23), essas duas unidades e o Ciep 430 Carlos Marighella, em Itaoca, tiveram aulas, porém os alunos foram liberados mais cedo.
"A Seeduc esclarece que a direção das escolas possui autonomia para tomar as providências necessárias para garantir a integridade física de seus alunos, professores e funcionários", disse.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram crianças deitadas no chão das salas de aulas junto aos professores enquanto se protegem do tiroteio.
Crianças tiveram que deitar no chão nas escolas durante operação no Complexo do Salgueiro nesta quinta - Rede social
Crianças tiveram que deitar no chão nas escolas durante operação no Complexo do Salgueiro nesta quintaRede social


A Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo também informou que cinco unidades de saúde estão fechadas na região. São elas: David Capistrano; Carlos Chagas; Albert Sabin; Palmeira 1 e 2; e Leôncio Correia.
Ainda durante a operação, as duas moradoras baleadas foram encaminhadas ao Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê. Elas foram identificadas como Roseni Paulino Dias, 53 anos, e Sonia Maria da Silva, 62.

De acordo com a neta de Sonia Maria, que preferiu não se identificar, ela estava indo buscar uma receita médica no Posto de Saúde da Palmeira, para conseguir comprar remédios em uma farmácia por um preço melhor, quando acabou sendo atingida por um disparo. Ela foi socorrida por militares em um caveirão. O estado de saúde dela é estável.

Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde informou nesta sexta (24) que as pacientes tiveram alta no fim da noite de ontem.
A ação das polícias civil e militar contou com o apoio de cinco blindados, dois helicópteros e 80 homens, entre membros do Bope, da PM, do Core da Polícia Civil, e ainda agentes da polícia do Pará. Diversas armas como pistolas, 13 fuzis, espingarda, revólver e metralhadoras foram apreendidas. O objetivo era o cumprimento de mandados de prisão contra lideranças do Comando Vermelho (CV) de outros estados que estariam abrigados no complexo.

Dentre os mortos identificados na ação está Leonardo Costa Araújo, o Leo 41, que é apontado como um dos chefes da facção no Pará. O criminoso seria um dos responsáveis por série de ataques no estado do Norte contra agentes de segurança pública. Ao todo, desde 2021, mais de 40 agentes foram mortos no Pará. O grupo comandado por Léo ainda seria responsável por ter orquestrado o assalto no Village Mall, na Barra da Tijuca, em junho do ano passado, que terminou com um segurança morto.

Questionada, a Polícia Militar informou que o policiamento ostensivo do 7ºBPM (São Gonçalo) está intensificado no Complexo do Salgueiro.