Mariana Cardim, mãe do adolescente João Gabriel Cardim, 16 anos, pede por Justiça após soltura de Bruno KruppRede Social
”Peço a Deus que continue me dando forças para seguir lutando pela condenação de um assassino”, publicou nas redes sociais.
De acordo com Mariana, devido às circunstâncias da morte, o caso não foi um acidente. Nas redes sociais, ela inclusive levantou a '#naofoiacidente' e pediu para que as pessoas compartilhassem. “É com muita tristeza, revolta e indignação que recebi a notícia do peso da decisão do STJ que coloca uma pessoa na rua, com a possibilidade de matar novamente outras pessoas. Nesse dia, a minha dor não tem tamanho, a saudade é inexplicável, continuarei lutando por Justiça para que outras mães não passem, não sintam e não sofram o que estou sentindo”, lamentou.
No dia do atropelamento, em 30 de julho de 2022, o adolescente atravessava a Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Na ocasião, o modelo dirigia sem habilitação uma motocicleta a mais de 100 km/h, bem acima da máxima de 60 km/h da via. O acidente foi tão grave que João Gabriel teve uma perna amputada na hora devido ao impacto. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu horas depois de ser atingido.
Bruno Krupp foi denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) por homicídio com dolo eventual. Ele se tornou réu e, na primeira audiência de instrução e julgamento, em novembro do ano passado, admitiu que pilotava em alta velocidade, porque já havia sofrido diversas tentativas de assalto, mas que sempre respeitou sinais e ficou atento. O modelo declarou ainda que calculou que tinha tempo e espaço para passar, mas não esperava que a vítima correria para a calçada e disse ainda não concordar com a acusação, porque nunca faria mal a uma pessoa e não imaginou que causaria um acidente.
Decisão STJ
A decisão do STJ atendeu a um pedido de habeas corpus feito pelos advogados de defesa. No recurso, os representantes de Krupp alegavam que o modelo vinha sofrendo coação ilegal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) em seu direito de locomoção. A defesa argumentou ainda que não houve dolo na conduta de Krupp no acidente que vitimou João Gabriel. De acordo com a versão apresentada pelos advogados, o modelo estava sóbrio e dirigindo a moto à noite em uma via vazia na ocasião do acidente. A defesa também pontuou que o próprio modelo sofreu uma série de lesões graves por causa da colisão.
Os argumentos da defesa foram acatados pelo ministro Rogério Schietti do STJ. O magistrado mencionou o fato dele ser réu primário e de estar preso desde agosto do ano passado.
"Não há indicação da periculosidade do agente a justificar a medida mais gravosa. Ressalto que se trata de delito de trânsito e, ainda que se pudesse cogitar de um dolo eventual, não identifico necessidade de manter o acusado preso, se outras medidas, com igual idoneidade e suficiência, podem proteger o interesse em jogo, qual seja, evitar a prática de novo crime", diz o documento.
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