O ex-sacerdote foi localizado em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio, por agentes da 72ªDP (São Gonçalo) Reprodução
Ele foi localizado por equipes da 72ªDP (São Gonçalo) em Rio Bonito, na mesma região. De acordo com o delegado Márcio Esteves, ex-sacerdote também responde a um processo por tortura-castigo, induzimento ao suicídio e estupro de vulnerável — as vítimas são os ex-enteados do suspeito. Além de ser investigado por estuprar a vítima e descumprir outras medidas protetivas.
"Ele vinha perseguindo sua ex-companheira e rondando a casa dela, sendo flagrado pelas câmeras de segurança da vizinhança, que já tinha ciência do seu comportamento abusivo e intimidador. Por essa razão, eles advertiram a vítima do perigo que ela vinha correndo", explicou.
Esteves informou ainda que a mulher era constantemente ameaçada de morte pelo preso, ainda no casamento. Após a separação, e ao saber da medida protetiva, ele continuou a ameaçá-la. De acordo com as investigações, o ex-padre mantinha um perfil discreto mas, conforme depoimento da vítima, agia de forma fria e calculista para impor sofrimento psicológico.
Os abusos contra os enteados, que ocorreram em 2020 e 2021, foram registrados na distrital, que encaminhou o inquérito ao Ministério Público. O MP, então, ofereceu denúncia contra o ex-sacerdote pelos três crimes. De acordo com a mulher, seu filho de 6 anos relatou que "escutava uma voz que dizia para ele se matar". Em seguida, ela o levou para atendimento psiquiátrico, onde o menino foi diagnosticado inicialmente com esquizofrenia. No entanto, após ser atendido por uma equipe multidisciplinar, a criança revelou os episódios de violência.
Ainda segundo a denúncia, o garoto era frequentemente deixado de castigo no terraço da casa onde o homem vivia com a família, ficando sem supervisão em um local totalmente aberto. O menino era submetido "a sofrimento físico e mental", sendo agredido e ameaçado. Em um dos episódios, o ex-padre tentou induzir a vítima ao suicídio.
O processo contra os enteados encontra-se no Tribunal do Júri, inclusive com representação por prisão preventiva. Após a prisão, o delegado informou que o preso foi orientado pelo defesa a permanecer em silêncio. Ele será encaminhado para a Seap onde ficará à disposição da Justiça.
Em nota, a Arquidiocese de Niterói informou que lamenta profundamente o fato ocorrido e observa que o referido senhor encontra-se suspenso do ministério sacerdotal desde setembro de 2020, quando pediu desligamento de suas funções e de sua missão de padre junto à Igreja.
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