Amigos tricolores: Bruno (E) está internado, e Thiago não resistiuReprodução

Rio - "Quando eu soube da da notícia, fiquei com o coração partido. Thiago é padrinho do meu filho", disse Bruno Rodrigues, amigo de infância de Thiago Leonel Fernandes da Motta, 40 anos, durante o reconhecimento do corpo do cinegrafista no Instituto Médico Legal (IML) nesta segunda-feira (3). Thiago foi morto a tiros por um inspetor penitenciário horas depois do clássico entre Flamengo e Fluminense em um bar no entorno do Maracanã, no último sábado (1º).

Para Bruno, não há explicações plausíveis para o que aconteceu com seu amigo e, segundo ele, o policial agiu de maneira covarde.

"Para quê ele estava armado? Arma foi feita para matar. Para quê? E de folga. Então não tinha necessidade dele sacar uma arma. E ele era uma terceira via, até onde eu sei, então onde é que ele está nessa situação de chegar, ter que sacar uma arma e tirar a vida do meu compadre, do meu amigo e balear um outro? Sem nexo, sem sentido nenhum. Tremenda de uma covardia", desabafou.

De acordo com o amigo da vítima, não houve briga física entre o atirador e seu amigo, somente uma discussão, que fez com que o policial perdesse a cabeça.

"Os relatos que eu soube dizem que não houve briga, não teve garrafada, não teve empurrão, até o que eu sei foi um bate-boca e essa estupidez vindo desse policial. Eu não sei porque ele fez isso", contou.

Em seu relato, Bruno ainda contou que o bar onde Thiago foi morto era um lugar onde a vítima frequentava de forma assídua e todos o conheciam pelas redondezas.

"Esse bar onde ele foi assassinado é um bar que ele frequentava muito. Ele morava no Santo Cristo, aqui na comunidade, no Morro do Pinto e a gente tinha nascido e criado na mesma comunidade. A gente sempre teve amizade de resenha de bar, tomar cerveja, de viajar juntos, de estar na mesma casa e às vezes a gente saia para jogo, para tomar uma cerveja, conversar", assumiu.

"Ele era apaixonado por samba, por fotografia, por viajar, o futebol, era realmente a boemia. Ele adorava, era um cara incrível e infelizmente tiraram a vida dele nessa covardia", completou.

Num momento de desabafo, Bruno questiona de onde surgiu o policial e as motivações que o levaram a atirar contra Thiago e seu amigo que o acompanhava na ocasião. "E agora eu fico me perguntando de onde surgiu esse cara? De onde surgiu esse policial, com essa arma, e fez essa brutalidade? Qual motivo ele teve para fazer isso? Para mim ele é um covarde, nada vale a vida, ainda mais uma vida".

Bruno Tonini Moura, de 38 anos, que acompanhava Thiago, também acabou sendo baleado. Ele segue internado em estado grave no Hospital Badim, no bairro Maracanã. Segundo o boletim médico desta segunda-feira (3), a vítima está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em recuperação pós cirúrgica, recebendo todos os cuidados necessários.

Ainda de acordo com seu relato, Bruno fez um apelo às autoridades para que o autor dos disparos que mataram Thiago pague pelo crime. "Eu espero que ele pague por isso, ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, ele foi um covarde".
Marcelo de Lima, responsável pela morte, teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça neste domingo (2).

Ainda não há informações sobre o velório e enterro de Thiago.