Rio - A Polícia Civil investiga o caso de uma mulher que teve o intestino perfurado durante uma lipoaspiração em uma clínica na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O registro do caso foi feito pela família de Cássia Correa Avelar, de 59 anos, na 16º DP (Barra da Tijuca), que apura o crime de lesão corporal.
De acordo com a investigação, os agentes estiveram na clínica onde o procedimento foi feito, acompanhados de técnicos da Vigilância Sanitária, para verificar as condições do local. Os donos do estabelecimento foram notificados a prestar esclarecimentos, assim como o médico.
O médico Alberto Birman é investigado, inicialmente, pelo crime de lesão corporal. Ele, inclusive, teria realizado o procedimento acompanhado da própria filha, a médica Nicole Birman, que já conhecia a paciente.
Em relatos de familiares nas redes, a vítima, que é tida como vaidosa, fez o procedimento de lipoaspiração no último dia 15. Após o procedimento, ela teve complicações ainda na clínica e foi transferida para o Hospital Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, Zona Norte.
Somente na unidade de saúde é que foi constatado que a vítima estava com o intestino perfurado. Por conta da condição, ela foi internada às pressas e segue na unidade em estado gravíssimo.
O que diz a defesa
O advogado Lymark Kamaroff, que representa o médico, disse que o cirurgião é altamente qualificado e experiente, tendo realizado inúmeras cirurgias plásticas bem-sucedidas ao longo de sua carreira. A defesa contou que todas as etapas da cirurgia de Cássia foram "cuidadosamente planejadas e executadas, seguindo os mais rigorosos padrões de segurança e qualidade."
Segundo Kamaroff, não há nexo de causalidade entre a intercorrência sofrida pela paciente e atuação do hospital, que, de acordo com ele, agiu preservando a integridade da paciente, cumprindo com as solicitações do médico assistente e da família. Lymark ainda lamentou o que ocorreu com Cássia.
O advogado esclareceu que Alberto Birman não faz parte do corpo clínico do Hospital Barra Plástica, onde a cirurgia foi realizada. O médico teria sido contratado pela paciente para a realização do procedimento. A defesa disse que o médico sempre acompanhou a paciente, desde a solicitação de transferência até o hospital onde a mesma está internada atualmente.
Em nota, Kamaroff afirmou que a família de Cássia impede Birman de visitar a paciente e de se manter atualizado de seu estado clínico de saúde. O advogado ainda alegou que intercorrências cirúrgicas podem acontecer e que todos os pacientes assinam um termo de consentimento para a possibilidade de algum evento ocorrer.
"Todas as pacientes do Dr. Alberto Birman e do Hospital assinam um termo de consentimento livre e esclarecido para a possibilidade de ocorrer um evento adverso, que pode ser uma complicação ou intercorrência, conforme o presente caso. Ou seja a Sra. Cassia foi devidamente informada sobre os riscos e benefícios da cirurgia, bem como sobre as possíveis limitações do procedimento. Além disso, foi acompanhada pelo médico e sua equipe em todas as fases da cirurgia, recebendo todos os cuidados e orientações, que somente cessaram por impedimento da família", finalizou.
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