Mãe de catador morto durante operação do Exército vai receber quase R$ 500 mil
Acordo confirmado pela Justiça prevê ao todo indenização de R$ 841 mil a parentes do catador, morto ao tentar ajudar família de músico fuzilado por militares em 2019
Aparecida Macedo, mãe do catador, não segurou as lágrimas no enterro do filho, em abril de 2019 - Marcio Mercante / Agencia O Dia
Aparecida Macedo, mãe do catador, não segurou as lágrimas no enterro do filho, em abril de 2019Marcio Mercante / Agencia O Dia
Rio - A mãe do catador Luciano Macedo, morto em abril de 2019 durante uma ação do Exército no Rio de Janeiro, vai receber, do Governo Federal, uma indenização de R$ 493 mil. Luciano morreu após tentar ajudar a a família do músico Evaldo dos Santos Rosa. O carro em que Evaldo e a família estavam recebeu 62 tiros durante uma operação.
Após acordo firmado com a Advocacia-Geral da União (AGU), a família de Macedo terá direito a receber o pagamento de R$ 841 mil, incluindo R$ 123,2 mil a cada uma das duas irmãs do catador e valores atrasados da pensão vitalícia a que a mãe de Luciano terá direito, além de pagamento de despesas com funeral e honorários advocatícios.
Confirmado, nesta terça-feira (11), pela Justiça Federal, o processo que era movido pela família contra a União será extinto. Segundo a AGU, as negociações para um acordo com a família de Evaldo dos Santos estão "avançadas".
Relembre o caso
Luciano foi baleado enquanto tentava ajudar uma família fuzilada por militares dentro de um Ford Ka branco. Na ocasião, militares alvejaram o veículo após confundir os ocupantes com bandidos. 62 tiros foram disparados contra o carro.
O motorista, o músico Evaldo Rosa dos Santos, morreu no local. Dentro do veículo estavam a mulher da vítima, o filho de 7 anos e o sogro, Sérgio Guimarães de Araújo, que também foi baleado, mas sobreviveu.
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