A pequena Lara, que teve o dedo amputado por erro médico, saiu do hospital animada ao ver a rua e fazendo 'bico' para as fotosReginaldo Pimenta/Agência O DIA
O erro médico
Lara Adriana Oliveira de Souza deu entrada no Pronto-Socorro de São Gonçalo, em 14 de março, para tratar uma picada de mosquito inflamada no rosto.
Durante o atendimento, foi necessária a internação e colocação de um acesso intravenoso para tratamento com antibióticos. Para evitar que a menina mexesse no curativo, a médica responsável pediu que suas mãos fossem enfaixadas.
Ao retirar uma atadura da mão da menina, uma técnica de enfermagem acabou cortando o dedo da bebê.
"Ela já estava para ter alta. A técnica foi cortar a atadura que estava envolta na mão da Lara, porque ela estava com acesso para tomar antibiótico. Quando ela foi tirar, entrou com a tesoura e cortou o dedo dela inteiro. Nós achamos que ela tivesse picotado, mas ela arrancou o dedo todo. As pessoas até diziam que a Lara estava chorando e gritando muito. Depois disso, a mãe foi tirada da sala e levada para a espera", afirmou a avó da menina.
Ao perceber o sangue, a equipe médica foi acionada e a mãe retirada do local, sem saber a gravidade do que tinha acontecido, conta a avó. A menina então foi levada ao centro cirúrgico, onde teve parte do dedo mindinho amputado.
"A enfermeira falou que foi um 'piquezinho', um cortezinho no dedo. Ontem eu fiquei de 10h às 17h tentando ver o que tinha acontecido mesmo, mas a médica falou que não poderia abrir, porque infeccionaria. Ela disse que tinha que esperar o cirurgião. Falou para aguardar, mas eu disse que ia abrir, porque trabalho com a área de saúde", lembrou a avó à época.
Segundo a familiar, a equipe "parecia querer esconder" o incidente. "Não me deixavam tirar foto. Diziam que não podia tirar foto, que tinha uma lei. Esconderam até a última hora. A mãe pensava que era um cortezinho, quando abriu a gente viu que era quase metade do dedo. Parecia que queriam esconder. Levaram até para um quarto separado. Até disse que não entendia, o porquê. Foi aí que disseram que estavam fazendo aquilo porque tinha acontecido um erro médico", reforçou.
Procurada pelo DIA, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a paciente passou por consulta, nesta sexta-feira (14), no Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), e foi identificada a necessidade de um procedimento reparador, que será realizado por especialistas do HEAT.
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