Larah Oliveira, de um ano e nove meses, recebeu alta neste sábado (29) do Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, após realizar nova cirurgia em dedo amputadoMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - A bebê Larah Adriana Oliveira, de um ano e nove meses, recebeu alta na manhã deste sábado (29) do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), onde passou por uma cirurgia após perder parte do dedo mindinho direito por um erro médico no Pronto-Socorro de São Gonçalo no dia 14 de março. Além da amputação, a cirurgia de emergência na unidade municipal de São Gonçalo deixou um pedaço do osso da bebê exposto, provocando dor. A mãe da menina, Bruna Oliveira, descreveu a reconstrução da ponta do dedo da filha como uma vitória e afirmou que o acompanhamento médico será feito no Heat.
"Graças a Deus correu tudo bem. Foi retirado mais um pedacinho do osso. Vou fazer o acompanhamento aqui com ela. Só vitória e agradecimento. Ela fez uma replantação e a esperança é que o dedo fique recuperado", contou Bruna ao DIA.
No dia 14 de março, a bebê teve a ponta do dedo mindinho amputada por uma técnica de enfermagem no posto de saúde em que tratava uma inflamação por picada de mosquito no rosto. Os profissionais perderam o acesso venoso de Larah e enquanto a técnica cortava a atadura da mão da menina para refazer o acesso, parte do dedo foi amputado.
"Internei ela no Pronto-socorro de São Gonçalo. Ela estava com um inchaço no rosto. No dia seguinte, Larah perdeu o acesso. A técnica de enfermagem falou para trocar o acesso. Eles trocam no corredor e só escutei minha filha gritando 'dedo' e havia muito sangue. Fiquei muito nervosa. Comecei a gritar, pedir socorro e passar mal. Me levaram para uma sala e me deram uma água, mas eu não sabia que estava batizada com calmante. Me isolaram em um CTI. Agora vou fazer o acompanhamento aqui (no Heat) com ela", relatou Bruna Oliveira, de 28 anos.
Após o acidente, a menina passou por cirurgia no posto, mas parte do osso da pequena Larah ficou exposto, provocando muita dor na menina. "Ninguém falou nada. Eu não sabia que minha filha ia fazer cirurgia. Depois que o cirurgião plástico viu o osso para fora, falou que ela seria acompanhada pelo ortopedista. Ela tava sentindo muita dor. Ela ficou com osso exposto. A cirurgia foi mal feita. No pronto-socorro fizeram de qualquer jeito e mandaram para casa", conta a mãe de Larah. 
A pequena paciente deu entrada no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat) na quinta-feira para a cirurgia. Ela voltará à unidade na próxima sexta-feira para ter a recuperação acompanhada. A bebê também passará por sessões de fisioterapia. 
A Prefeitura de São Gonçalo informou por meio de assessoria que a técnica de enfermagem, concursada há 20 anos no município, foi afastada até a conclusão da sindicância que foi aberta para apuração do caso. A respeito das denúncias de que a cirurgia deixou o osso da bebê exposto e de que a mãe recebeu calmante sem saber que estava sendo medicada, a prefeitura afirma que não foi notificada e que as denúncias devem ser enviadas para a ouvidoria de saúde para que sejam apuradas.
Ainda segundo a prefeitura do município, a profissional envolvida no caso segue afastada. O órgão explicou que foi a própria equipe do Pronto Socorro Infantil (PSI) que levou a paciente para uma consulta com ortopedista especialista em mão no Heat. Na unidade, foi constatado a necessidade de um procedimento reparador que já era previsto ela equipe que a acompanha no PSI. A Secretaria Municipal de Saúde ainda descartou que tenha ocorrido erro médico no atendimento à paciente após o incidente e disse que seguirá dando assistência à família.
Também procurada, a Secretaria de Estado de Saúde esclareceu que o problema que levou à amputação de parte do dedo da paciente não ocorreu em unidade da rede estadual de saúde. A SES-RJ e a direção do Heat contaram que seguirão dando assistência à paciente e seus familiares.

A direção do Heat também informou que a cirurgia realizada nesta sexta-feira (28) foi necessária porque uma pequena parte do osso da ponta do dedo da paciente estava exposta, o que prejudicava a cicatrização. 
A Polícia Civil investiga o caso.