Agentes da 124ª DP (Saquarema) investigam o casoDivulgação

Rio - A Polícia Civil terá acesso às imagens de câmaras de segurança e ao dispositivo de localização GPS da viatura em caso de estupro envolvendo PMs ainda nesta semana. A informação foi confirmada ao DIA pelo delegado André Luiz Bueno, titular da 124ª DP (Saquarema), que já fez o requerimento oficial dos materiais à prefeitura do município e à Polícia Militar. Nesta sexta-feira (28), o laudo do exame de corpo de delito feito pela vítima de 18 anos, que acusa os agentes de abuso sexual e agressão no município de Saquarema, apontou que a jovem sofreu lesões durante uma "conjunção carnal recente".
Ainda ao DIA, o delegado informou que a vítima realizou um exame nessa semana que comprovou algumas lesões decorrentes de uma relação sexual que a jovem teve recentemente. Apesar do resultado, André explicou que ainda não é possível garantir que houve um estupro, apesar dos fatos darem indícios para a hipótese.
"O laudo aponta a conjunção carnal recente com lesões. Há indícios que poderiam levantar a hipótese de estupro sim, mas a gente não pode tomar essa comprovação de maneira absoluta. Por isso, as investigações procedem. Faltam outras diligências como as imagens e o GPS da viatura utilizada", disse o delegado.
Os depoimentos dos policiais estavam previstos para acontecer nesta sexta-feira (28), mas a defesa dos agentes pediu o adiamento das oitivas, o que foi aceito pelo delegado. Os agentes são aguardados na delegacia na próxima terça-feira (2) para contar as suas versões sobre o caso.
"O advogado deles entrou em contato com a gente e pediu para remarcamos os depoimentos. Estamos remarcando para semana que vem. Nós precisamos da colheita das oitivas dos policiais militares. O que nós temos é a oitiva da vítima e o laudo. Nós oficiamos a prefeitura para requisitar as imagens das câmeras referentes a data e o local do fato", completou André.
Após os militares envolvidos prestarem depoimento, o inquérito será encaminhado para a Justiça Militar. 
Procurada, a Polícia Militar informou que a 4° Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), diretamente subordinada à Corregedoria da Polícia Militar, está acompanhando o caso. "Cabe ressaltar que a corporação colabora integralmente com a investigação da Polícia Civil e que não compactua com desvios de conduta praticados por seus integrantes", dizia a nota.
Relembre o caso
Os suspeitos são três agentes do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). Eles foram denunciados por uma jovem que os acusam de estupro e agressão após uma abordagem em um bar na última quarta-feira (26).
Na denúncia, a vítima relata que estava com uma amiga, que também foi agredida, no momento em que foi abordada pelos agentes após dois homens suspeitos fugirem e deixarem no local uma quantidade de drogas. Elas teriam sido conduzidas ao DPO de Saquarema e depois levadas para um local deserto no bairro Vilatur, na mesma cidade.
Em seguida, os agentes teriam iniciado as agressões após perguntarem se elas conheciam os dois suspeitos do bar, que as vítimas alegaram não conhecer. Logo depois, uma delas foi estuprada por um dos PMs. Após o abuso, elas alegaram que foram deixadas no mesmo estabelecimento onde foram abordadas.