Rio - O médico Salim Michel Yazeji, de 72 anos, acusado de abusar sexualmente de uma paciente durante uma consulta, prestou depoimento nesta terça-feira (2) na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), no Centro do Rio. De acordo com o inquérito, o crime investigado aconteceu durante o atendimento do neurologista a uma paciente na unidade municipal Coordenações de Emergência Regional (CER), vinculada ao Hospital Municipal Souza Aguiar.
Antes do caso na unidade da rede pública, em novembro de 2022, o profissional já havia sido preso por um ano e dois meses pelo crime de abuso sexual registrado em 2016. Decretada em 2019, a pena previa quatro anos e seis meses de prisão, mas, por ser idoso, o médico teve o direito de responder em liberdade por causa da pandemia de Covid-19.
No caso em questão, Salim foi condenado pelo crime de violação sexual mediante fraude, uma vez que usou da consulta médica para cometer o abuso. A paciente responsável pela acusação foi vítima e também testemunha de outra mulher que denunciava ter sofrido abusos pelo médico. A história foi divulgada inicialmente pelo portal 'G1'.
Apesar de estar condenado e de responder em liberdade, Salim voltou a ser contratado pela Organização de Saúde Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administra o CER do Souza Aguiar, onde voltou a ser acusado de abuso sexual.
A situação de Salim com crimes relacionados não é recente, segundo informações da Polícia Civil. O médico já possui 15 anotações criminais desde 2001, sendo quatro delas sobre crimes sexuais. Além dos crimes mencionados, Salim também foi alvo de inquéritos por estelionato, ameaça, lesão corporal e furto.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio de nota, afirmou que o médico trabalhou no CER Centro entre maio e novembro de 2022, após ser contratado em processo padrão pela SPDM.
"Yazeji foi admitido após participar de processo seletivo público em que atendeu aos critérios previstos no edital e apresentou toda a documentação comprobatória exigida – incluindo o CRM regular e ativo. A direção do CER Centro contribui com a investigação na Polícia e no Cremerj", informou.
Entre o ano passado e abril deste ano, Salim também era prestador de serviços da Fundação Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Segundo o órgão, o profissional não fazia parte do quadro fixo de plantonistas, mas atendia por meio de contrato. Nesse período, ele atendeu na UPA Tijuca e também na unidade de Botafogo, mas já foi afastado do atendimento.
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