Carro de luxo, dinheiro e computadores apreendidos na casa de PM Divulgação

Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público apreenderam um carro de luxo durante um mandado de busca e apreensão na casa do policial militar Leonardo Silva Pinheiro, conhecido como Catatau ou Léo PH, durante operação que mira integrantes da segunda maior milícia do estado do Rio, comandada por Danilo Dias, o Tandera. Os agentes tem como objetivo cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão. Até o momento, seis pessoas foram presas, uma delas em flagrante.
Segundo o delegado da 48ªDP (Seropédica), Vinicius Miranda, na ação, agentes do Gaeco também cumpriram três mandados de busca e apreensão em um núcleo político investigado por envolvimento com milicianos. Ao todo, mais de R$ 500 mil foram apreendidos.

Em relação as buscas na casa de Leonardo, a Polícia Militar informou que a 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), unidade subordinada à Corregedoria Geral da PM, também participou da diligência. O policial é lotado do 7ºBPM (São Gonçalo). Além do veículo, que era de uso pessoal do agente, dinheiro, celulares, agenda, computadores e munição foram apreendidos.
Segundo as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, principalmente na capital do Rio e nos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica, na Baixada Fluminense. A apuração também revelou a formação de uma “coalizão”, que seria uma espécie de acordo, entre candidatos a cargos eletivos para as eleições de 2020 e os líderes da milícia.

Além disso, ainda foi possível constatar que a quadrilha vem, por meio da prática de atos violentos e da imposição do terror, afirmando sua dominância sobre moradores e comerciantes das regiões onde atuam.

Relação com políticos

De acordo com o delegado, os políticos são do município da Baixada e foram candidatos nas eleições de 2020. Apesar disso, nenhum foi eleito.

“Nos atos do inquérito, os políticos eram pré candidatos nas eleições de 2020 e a organização criminosa oferecia vantagens, votos e segurança, e ao serem eleitos eles teriam que retribuir sejam com licitações fraudulentas, contratos fraudulentos e relações com outros políticos”, explicou.

Os milicianos contam com uma estrutura hierárquica bem delineada, com divisão de funções e tarefas entre seus integrantes. Nos últimos anos, a associação criminosa passou a atuar de forma ainda mais complexa, buscando expandir seus negócios por meio da infiltração no poder público.

Os mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital e a ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Participam da operação a 48ª DP (Seropédica), a Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF), e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público

À reportagem não localizou a defesa do PM Leonardo, o espaço está aberto para manifestação.