Funcionários da prefeitura de Duque de Caxias são investigados por fraudes na vacinação de BolsonaroDivulgação
Prefeitura de Caxias abre sindicância para apurar supostas fraudes em cartões de vacina
Decisão foi tomada após a chefe da vacinação do município ser investigada por fraudar dados vacinais do ex-presidente Bolsonaro. Um secretário da prefeitura também está preso
Rio - A Prefeitura de Duque de Caxias instaurou uma sindicância, nesta quinta-feira (4), para apurar a denúncia sobre o esquema de falsificação e adulteração em cartões de vacina contra a covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro, da filha, Laura Bolsonaro, e de pelo menos outras três pessoas. As investigações dos fatos estão sob a responsabilidade da Polícia Federal, que deflagrou na quarta-feira (3) a Operação Venire.
De acordo com a PF, as inserções de dados falsos ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência "a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários". A chefe da central de vacinação do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Cláudia Helena da Costa Rodrigues, é citada nas investigações como a responsável de ter retirado os dados da vacinação de Bolsonaro no dia 27 de dezembro do ano passado. Três dias após a exclusão das informações, em 30 de dezembro, o ex-presidente viajou aos EUA, onde ficou até março deste ano.
Além desta servidora, o secretário de Governo do município, João Carlos de Sousa Brecha, também foi preso na operação suspeito de envolvimento no esquema criminoso. O deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão do ex-prefeito de Caxias e atual secretário estadual de Transportes do Rio Washington Reis, também foi alvo de busca e apreensão. A Polícia Federal foi a endereços ligados ao parlamentar no município da Baixada Fluminense.
Bolsonaro nega acusações
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha feito qualquer fraude no documento ou que tenha se imunizado contra a covid-19, como consta no sistema do Ministério da Saúde. Na saída de sua casa em Brasília, na quarta-feira (3), onde a PF apreendeu seu telefone celular, Bolsonaro afirmou que a operação policial é para "criar um fato".
De acordo com Bolsonaro, seu celular levado pelos policiais não tem senha porque ele não tem nada a esconder. "Nunca me foi pedido cartão de vacina, não existe adulteração da minha parte", defendeu-se o ex-presidente. "Não tomei vacina porque li a bula da Pfizer, só isso e mais nada", acrescentou.
Ele ressalta que sua filha, Laura Bolsonaro, também não tomou vacina, apesar de a PF ter identificado vacinação e agora investiga a possibilidade de fraude no documento. "Em momento nenhum falei que tomei a vacina, e não tomei", seguiu, em linha com a campanha antivacina contra a covid-19 feita ao longo de seu governo. "Que bom se estivéssemos em um país democrático para discutir todos os assuntos. Tem assunto proibido no Brasil e um deles é vacina", reclamou Bolsonaro.
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