Antônio de Pádua Albino, chamado de Tony Albino, era açougueiro: mais uma vítima da violênciaDivulgação

Rio - Moradores do bairro de São Cristóvão afirmam que o homem baleado e morto durante um confronto entre policiais militares e criminosos no bairro, na tarde de sábado (6), foi mais uma vítima da violência do Rio de Janeiro. Antônio de Pádua Albino de Souza, conhecido como Tony Albino, era açougueiro e trabalhava em um empreendimento de venda de carnes delivery na altura da Barreira do Vasco.
Uma mulher, não identificada, foi atingida na perna, colocada dentro de uma picape e socorrida por populares - Reprodução
Uma mulher, não identificada, foi atingida na perna, colocada dentro de uma picape e socorrida por popularesReprodução
O crime aconteceu na Rua Marechal Jardim, próximo ao condomínio Pedregulho, quando policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) perseguiam ocupantes de um carro em uma abordagem na Vila São João, no Complexo da Maré. Houve confronto e, após o fim dos disparos, os PMs encontraram Antônio morto. Um PM que estava na ocorrência foi baleado no braço por um tiro de fuzil e uma mulher foi atingida no pé.
Ainda no sábado (6), a corporação informou que o estado de saúde do militar era estável. A mulher foi socorrida por populares ao Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Segundo informações de vizinhos, ela já recebeu alta e está em casa.
Bastante conhecido na região, Tony foi lembrado por amigos como uma excelente pessoa e um ótimo patrão. A Associação de Moradores da Barreira do Vasco publicou uma nota de pesar confirmando a morte e lamentando o ocorrido. "É com pesar que trazemos a triste notícia do falecimento do nosso morador e comerciante Tony Albino, do Kit Tony. Não temos palavras para expressar os nossos sentimentos. Pedimos a Deus que conforte o coração dos familiares e amigos neste momento de dor".
Outros moradores também lamentaram a morte do amigo. "O que morreu é meu vizinho, dono de um açougue na Rua Santo Antônio, na Barreira do Vasco. Triste notícia". Uma outra mulher relatou ter visto o açougueiro momentos antes do confronto: "Ontem passei pelo açougue e ele estava sentado conversando com outro rapaz que também trabalha lá. Que Deus conforte a família e os amigos"; "Estava no ponto nessa hora, o maior alvoroço perto do Into, muitos carros de polícia", disse outra testemunha. "A gente sai para trabalhar e pode acabar assim, mais um corpo jogado na rua com um pano em cima", lamentou outra pessoa nas redes sociais. 
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) apura a morte de Antônio de Pádua e a tentativa de homicídio contra um policial militar. A perícia foi feita no local e agentes realizam diligências para apurar a autoria do crime. Até o momento, não há informações sobre o sepultamento de Tony.
Caso semelhante em Madureira
No último dia 3, a comerciante Adriana dos Santos Ribeiro, de 43 anos, morreu após ser baleada durante um confronto entre policiais militares e criminosos em Madureira, na Zona Norte. Uma outra mulher, dois policiais civis e três suspeitos também foram baleados.
Segundo a Polícia Militar, agentes do 9º BPM (Rocha Miranda) faziam buscas para prender parte de uma quadrilha que roubava veículos na região. Um grupo suspeito circulava pela Avenida Ministro Edgar Romero, quando foi abordado pelos policiais na altura do Mercadão de Madureira. Em seguida, um dos suspeitos atirou em direção à via enquanto fugia no sentido do Morro da Serrinha e houve confronto.