Apenas 2 médicos ortopedistas tiveram que realizar 6 cirurgias e não conseguiram atender demandasDivulgação / Prefeitura do Rio
Pacientes esperam cerca de 10h por atendimento ortopédico no Lourenço Jorge
Plantão de ortopedia contou com apenas 2 médicos, que tiveram de realizar seis cirurgias e não conseguiram atender demandas
Rio - Pacientes que compareceram ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, neste sábado (6), relataram esperar por cerca de 10 horas por atendimento ortopédico no setor de trauma. O DIA apurou que o plantão de ortopedia deveria ter 4 médicos, mas um está de férias e o outro foi demitido. Assim, apenas dois ortopedistas estavam atendendo na unidade de saúde.
Wesley Almeida, de 21 anos, sofreu um acidente de moto e foi socorrido ao Lourenço Jorge pelo Corpo de Bombeiros. O jovem esperou cerca de 11 horas para passar por todos os procedimentos necessários. "Chegamos 9h30 no hospital e fizemos uma bateria de exames. De repente, começou a chegar bastante gente no setor de trauma e as pessoas estavam esperando os ortopedistas, que estavam fazendo cirurgias. Eles [médicos] só foram aparecer umas 19h", relatou.
Júlio César, de 46 anos, também caiu de moto e esperou 7 horas para receber alta. "Muita gente, hospital superlotado, os maqueiros não estavam dando conta. Mesmo após os exames, não tinha ortopedista para me dar alta. Os médicos estavam fazendo cirurgia. Eu estava com fome, sede e tive que esperar a troca de plantão. Só fui sair do hospital às 20h", reclamou Júlio.
A consulta com o cirurgião geral da unidade é a primeira etapa que um paciente, no setor de trauma, tem que passar. Após análise, é feita uma bateria de exames e o cirurgião direciona o enfermo para o médico responsável. Neste sábado (6), quem era encaminhado para a ortopedia chegou a receber os primeiros atendimentos na unidade, mas a análise demorou mais que o esperado.
André Azevedo, de 53 anos, acompanhou sua mãe, Elsa Azevedo, 79, no hospital. A idosa havia caído enquanto caminhava e acabou quebrando o fêmur. "Chegamos por volta de 11h e ela só foi transferida às 20h. Estava muito cheio e só tinha dois ortopedistas. Fiquei nervoso quando soube que tinha uma senhora que estava esperando desde 4h30 da manhã. Foi horrível", concluiu o filho da dona Elsa.
Ao DIA, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, disse que os pacientes foram prontamente atendidos e só recebem alta após um período de observação. "O Lourenço Jorge é um hospital de urgência e emergência e ontem (6) teve uma alta demanda de pacientes. Eles só recebem alta após um período, que pode ser longo, de análise para que não ocorra nenhuma consequência", disse o secretário.
Em nota, o Hospital Municipal Lourenço Jorge informou que, no plantão deste sábado, seis pacientes deram entrada com quadros gravíssimos e precisaram ser submetidos a cirurgias de emergência. Por isso, os ortopedistas ficaram um longo tempo ocupados. Já neste domingo (7), a equipe ortopédica estava completa.
A reportagem questionou sobre a falta de ortopedistas no plantão deste sábado (6), mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Iuri Corsini
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