O histórico Teatro João Caetano, palco do projeto 'Fim de Tarde', completa 210 anos em 2023Pedro Ivo
Shows a preços populares agitam o entardecer do outono no Centro da cidade
Projeto 'Fim de Tarde' anima o 'happy hour', toda terça-feira, às 18h30, no histórico palco do Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes. Ferrugem se apresenta no dia 16
Um clima musical tem tomado conta do entardecer no Centro do Rio às terças-feiras. Nesse dia da semana, a partir das 18h30, o histórico Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, recebe o projeto 'Fim de Tarde', com shows de grandes nomes da música a preços populares. Neste ano, a iniciativa do Governo do Rio, por meio da Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), tem ainda uma novidade, com a realização de shows em duas quartas-feiras de cada mês, também às 18h30, no palco do Centro Cultural João Nogueira — Imperator, no Méier.
A abertura da temporada contou com show de Criolo, em dose dupla, na semana passada: na terça-feira, ele se apresentou no João Caetano e, na quarta, no Imperator. Amanhã, será a vez da banda Melim, no palco do tradicional teatro da Praça Tiradentes, mas os ingressos já estão esgotados.
As entradas, aliás, continuam com valores populares de R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia-entrada). As vendas para o Teatro João Caetano acontecem sempre a partir da quarta-feira anterior ao show: às 13h na bilheteria do Teatro e, a partir das 14h, no site funarj.eleventickets.com.
Já para o Imperator, as vendas acontecem na quinta-feira anterior à apresentação. Também, às 13h, na bilheteria do Centro Cultural e, a partir das 16h, no site funarj.eleventickets.com. Quem optar por comprar online, é recomendável que faça o cadastro antes para agilizar na hora de garantir o ingresso.
Assim, é bom ficar de olho na venda de ingressos para atração da semana que vem: o cantor Ferrugem se apresentará no dia 16, no Teatro João Caetano. As vendas para o show dele começam na próxima quarta-feira, dia 10.
A programa de maio conta ainda com apresentações de Zé Renato, no dia 23, no João Caetano, e no dia 24, no Imperator, além da cantora baiana Illy, no palco do teatro da Praça Tiradentes, no dia 30.
O lineup deste ano conta ainda com nomes como Moacyr Luz, Marvvila, Romero Ferro, Zélia Duncan, Juliana Linhares e Xande de Pilares, animando o happy hour.
Teatro completa 210 anos em outubro
O Teatro João Caetano completa 210 anos em 2023. Casa de espetáculos mais antiga do Rio de Janeiro, o espaço foi inaugurado em 12 de outubro de 1813, por Dom João VI, com o nome de Real Theatro de São João. Posteriormente, o local teve sua denominação alterada para Imperial Theatro São Pedro de Alcântara, Theatro Constitucional, e, finalmente, Teatro João Caetano, a partir de 1923.
O espaço serviu de cenário de importantes acontecimentos históricos do país. Ali assinou-se a primeira Constituição brasileira. Sua versatilidade para encenar gêneros de espetáculos variados — operetas, tragédias, concertos, comédias, shows e musicais — fez dele um dos mais conhecidos e respeitados espaços cênicos do país. O atual edifício foi inaugurado em 28 de junho de 1930.
Painéis restaurados estão abertos à visitação mediante agendamento
Duas pinturas murais do artista brasileiro Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976), 'Samba' e 'Carnaval', pintadas entre 1929 e 1930, estão no foyer do pavimento superior do Teatro João Caetano e agora estão abertas à visitação, mediante agendamento através do e-mail: agendamento.funarj@gmail.com.
As obras são consideradas os primeiros murais modernistas e as mais importantes pinturas do gênero da América Latina. Recentemente, os murais passaram por um trabalho minucioso de restauração. Na sutileza muito bem estudada por cada profissional repousava também o respeito à alma desse artista, cuja morte completou 46 anos em 2022.
"Nós lutamos muito com os pigmentos para finalmente compreender como ele trabalhava, com cores vibrantes. Se você olhar, é uma fantástica sinfonia de cores. Se você não entende o artista, você não faz o restauro. Você tem que captar a alma da pintura. E a alma dessa pintura está na cor e na iconografia popular", explica Edson Motta Júnior, professor da Escola de Belas Artes da UFRJ, que liderou a equipe de 16 profissionais.
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