O historiador Luiz Antonio Simas resgatou memórias sobre a história do subúrbio cariocaDivulgação / Prefeitura do Rio

Rio - A segunda etapa do Projeto "Coretos - A História nas Ruas" aconteceu neste domingo (7) e a Praça Catolé do Rocha, em Vigário Geral, na Zona Norte, foi palco do evento que contou sobre as "11 estrelas da Leopoldina". Além da aula, lecionada pelo historiador Luiz Antônio Simas, o projeto fez uma homenagem às vítimas da chacina de Vigário Geral, que aconteceu há 30 anos.
O tema do evento é uma alusão às homenagens que a Imperatriz Leopoldinense faz em seu pavilhão para agraciar os onze bairros da região. "A aula contará a história do subúrbio da Leopoldina, enfatizando a vida cultural que marca a região leopoldinense e as estrelas da bandeira da Imperatriz", explicou Simas.
O professor também ressaltou a importância na ocupação das ruas por iniciativas culturais. "O subúrbio é uma fonte inesgotável de cultura e de histórias. Os mais jovens precisam sair e registrar a memória dos mais velhos para que eles próprios possam ter o que contar aos seus netos. Esse é um dos charmes do subúrbio carioca", disse.
O coreto da Praça Catolé do Rocha, onde aconteceu a aula, foi restaurado em outubro de 2022 e é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural desde 1985.
O Subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz, explicou sobre uma triste história que aconteceu naquela região. "Vigário Geral ganhou notoriedade nacionalmente, infelizmente, por causa de uma infeliz chacina que aconteceu há 30 anos. Reformamos o coreto, que tem mais de 100 anos, e vamos mostrar que podemos mudar a imagem de um local através da cultura", afirmou o subprefeito.
Iracilda Toledo, presidente da Associação das Vítimas da Chacina de Vigário Geral, foi homenageada em durante o evento e ela apontou que este projeto é um dos caminhos para que a imagem ruim do passado se transforme em perspectivas positivas para o futuro. 
"Jamais vamos esquecer o que aconteceu. Mas nós, que estamos vivos, temos de seguir em frente e projetos como esse só mostram que temos um caminho para seguir", concluiu Iracilda.
O projeto, que é realizado pela Subprefeitura da Zona Norte e pela Secretaria Municipal de Cultura, teve a primeira apresentação no dia 16 de abril, em Quintino. Neste, o tema foi a relação do bairro com São Jorge.
O santo guerreiro, afirma Luiz Simas, apesar de ser da Capadócia, que pertencia ao Império Romano, se transformou em um santo mundial. "É o padroeiro da Inglaterra, da Catalunha, da Etiópia, da Rússia, da Sérvia, da Geórgia, é um negócio impressionante", contou o professor.
"A devoção de São Jorge é suburbana. São Jorge consegue ser padroeiro da polícia e ao mesmo tempo do apontador do jogo do bicho. São Jorge é o protetor dos botequins. Eu acho que é isso que faz de São Jorge, um carioca", disse.
O último encontro, sobre clubes suburbanos, será dia 4 de junho, no coreto do Jardim do Méier.