Casal foi surpreendido pela Polícia Civil enquanto dormia em casa, na cidade de São PauloDivulgação

Rio - Uma operação da Polícia Civil do Rio contra uma quadrilha paulista especializada no golpe do boleto falso realizada, nesta sexta-feira (12), em São Paulo, terminou com três suspeitos presos. A operação Boleto Fake identificou o bando a partir de denúncias feitas por vítimas à 16ª DP (Barra da Tijuca). O esquema rendeu mais de R$ 4 milhões aos criminosos só no ano passado.
De acordo com os investigadores, o casal Marcos José Valentim de Almeida e Bárbara Rodrigues de Oliveira, apontado como responsável pelo esquema, e Danielle dos Santos, mantinham uma vida luxuosa com recursos obtidos no esquema. Somente nos últimos meses, o casal teria feito viagens para Dubai, Paris, Roma e Barcelona. Os dois foram foram surpreendidos pela equipe da 16ª DP enquanto dormiam em imóvel na cidade de São Paulo.
A fraude realizada pelo grupo consistia na falsificação de boletos de uma seguradora de saúde, que eram enviados via sites e até atendimentos tipo chat. Segundo os investigadores, as vítimas chegavam até os canais dos criminosos por sites de busca que, mediante link patrocinado, apareciam no topo das pesquisas. 
Para gerar os boletos, os bandidos chegaram a criar uma empresa de verdade, com CNPJ, para onde ia todo o faturamento obtido com o golpe. A empresa estava em nome de Danielle Santos, que também foi presa na ação.
Com os golpes, o delegado Angelo José Lages Machado, titular da 16ª DP, estima que o bando conseguiu arrecadar somente em 2022 a quantia de R$ 4 milhões. As vítimas eram de todo país. 
"Eles fizeram vítimas em Alagoas, Bahia, Tocantins, São Paulo e também no Rio de Janeiro. Nós partimos do relato de uma vítima aqui do Rio. Foi quando começamos a vasculhar outros casos e outras vítimas no Brasil, até porque sabíamos que o potencial do crime era nacional, uma vez que eles estavam se passando por uma companhia de seguro. Acreditamos que existam muitas outras vítimas", revelou o delegado.
Ainda de acordo com Machado, a investigação sobre o esquema deve seguir agora que a perícia também conseguiu cumprir mandados de busca e apreensão contra os três envolvidos.
"Nós conseguimos, além de efetuar as prisões, cumprir os mandados de busca e apreensão. Pretendemos agora prosseguir com essa investigação, uma vez que arrecadamos celulares, pendrives e computadores. Já possuímos também a quebra de sigilo desses aparelhos, o que deve possibilitar que façamos uma análise do conteúdo do material e prossiga com a investigação", finalizou.